Otávio volta aonde cresceu: médio evoluiu em Guimarães e Tomané recorda um miúdo que já tinha qualidade e era muito chato...
Corpo do artigo
Otávio regressa este sábado a Guimarães, uma casa onde já foi feliz, motivado pelo excelente momento de forma que atravessa e tendo um reencontro especial marcado com Moreno, atual treinador do V. Guimarães, que foi seu companheiro e capitão no Minho.
Antigo companheiro de "Tavinho", o avançado considera que a passagem pelo Minho foi fundamental para o portista, que já na altura não dava uma bola por perdida. Reencontro especial com Moreno.
Desde que voltou do Mundial, o "Baixinho" marcou dois golos e fez três assistências e é com este embalo que vai procurar ajudar o FC Porto numa deslocação muito difícil, num estádio que conhece bem e onde ainda não perdeu desde que regressou ao Dragão (duas vitórias e um empate).
Foi precisamente depois de um ano e meio a "crescer" na Cidade-Berço que Otávio agarrou um lugar no FC Porto. Tomané, antigo companheiro no V. Guimarães, lembra-se bem dos primeiros tempos de "Tavinho" no futebol português. Na altura, em janeiro de 2015, Otávio chegou ao Minho com 19 anos.
"Era o típico brasileiro, muito divertido. Tanto dentro como fora do campo era muito chato, no bom sentido, claro. Era um bom rapaz, que estava sempre a rir e era muito brincalhão"
"Chegou emprestado e, nos primeiros tempos, nem estava a jogar, algo que começou a acontecer depois da chegada do míster Sérgio Conceição, mas apenas na época seguinte. Nessa altura, começou a impor o futebol dele, até porque já tinha muita qualidade", recorda a O JOGO o avançado português dos turcos do Samsunspor, equipa onde cumpre a terceira época e que luta pelo regresso à I Liga.
"Nos treinos nunca dava uma bola como perdida, estava sempre na luta e na confusão"
Otávio chegou ao FC Porto para jogar na equipa B, mas rapidamente os responsáveis portistas perceberam que o ideal seria ter o jogador a rodar num contexto mais competitivo, que favorecesse a sua evolução. Tomané recorda um jovem que já dava nas vistas. "Era o típico brasileiro, muito divertido. Tanto dentro como fora do campo era muito chato, no bom sentido, claro. Era um bom rapaz, estava sempre a rir e era muito brincalhão. Nos treinos nunca dava uma bola por perdida, estava sempre na luta e na confusão", atira Tomané, soltando uma gargalhada.
"Sérgio Conceição foi muito importante na carreira do Otávio e o Vitória foi a chave naquele momento em que ele precisava de jogar"
Depois de 11 jogos na segunda metade de 2014/15, sob o comando de Rui Vitória, tudo mudou na época seguinte. "Com a entrada do Sérgio Conceição teve mais oportunidades e teve a felicidade de trabalhar novamente com ele no FC Porto. O míster Conceição foi muito importante na carreira do Otávio e o Vitória foi a chave naquele momento em que ele precisava de jogar, numa fase de adaptação ao futebol português", sublinha o avançado, reforçando o peso da passagem pelo emblema minhoto. "O Vitória ajudou-o, porque é um clube que também tem pressão, é uma equipa grande, e com isso foi mais fácil regressar ao FC Porto e começar a jogar", vinca o antigo companheiro do "Baixinho", que nessa época realizou 27 jogos, marcou seis golos e fez oito assistências. Foi o início da ascensão e evolução de Otávio, que não surpreendeu Tomané. Nem mesmo a chegada à Seleção Nacional.
"Ele tem muita qualidade e está a fazer uma grande carreira. Já se via isso quando chegou ao Vitória. Só precisava de jogar. Connosco ele atuava mais no meio, como um número 10, atrás do avançado, o Henrique Dourado", lembra. Apesar de à época também ser um jovem (21 anos), Tomané tentou "ajudar à integração" de Otávio, mas foram os capitães Douglas e Moreno (atual treinador dos minhotos) e Flávio Meireles, que era o diretor-desportivo, que "passaram o que era o Vitória."
15682272
Terminada a temporada de 2015/16, Otávio foi "chamado" de volta a casa para não mais sair. Orientado por Nuno Espírito Santo, começou a conquistar o seu espaço na equipa, mas foi quando reencontrou Conceição, na época seguinte, que começou a assumir protagonismo, ao ponto de ser atualmente um dos jogadores mais bem pagos do plantel, depois de a SAD ter feito um esforço para lhe renovar o contrato, mas também o segundo mais valioso dos portistas (30 M€), de acordo com o portal especializado "Transfermarkt", só atrás de Diogo Costa.
V. Guimarães ainda não entrou na lista de vítimas
Autor de 34 golos ao longo da carreira como sénior, Otávio ainda não marcou ao V. Guimarães nos nove jogos que disputou, estando, portanto, lançado o repto para conseguir a 30.ª vítima.
O "Baixinho" não marcou, mas já fez quatro assistências em partidas contra a equipa onde jogou uma época e meia emprestado pelos portistas. Curiosamente, todas no Dragão. Ou seja, em Guimarães ainda não teve qualquer ação decisiva, algo que tentará mudar este sábado.
15684089
O médio, refira-se, está bem lançado para bater o recorde de golos numa temporada: em 2015/16 faturou em seis ocasiões pelo Vitória, proeza que repetiu no FC Porto, em 2018/19. Esta época já leva metade, pelo que ainda vai bem a tempo de superar a melhor marca.