Otávio já fez as despedidas: FC Porto encaixa valor acima de 40 milhões de euros
Otávio deixa o FC Porto, ao fim de nove anos de ligação, rumo ao Al Nassr, numa transferência avaliada em 60 M€
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A 1 de setembro de 2014 Otávio era apresentado como jogador do FC Porto. Praticamente nove anos volvidos, no dia 19 de agosto de 2023, o médio disse adeus ao centro de treinos do Olival, que no sábado foi palco de uma despedida emocionada daquele que, ao longo de quase uma década, se tornou numa figura maior da história recente azul e branca.
Médio viaja em breve para assinar pelo Al Nassr. Disse adeus a colegas, equipa técnica e Pinto da Costa no Olival e já não defronta o Farense este domingo
Com a transferência para o Al Nassr acordada, o "Baixinho" dirigiu-se à "oficina" dos dragões para recolher alguns pertences e despedir-se dos companheiros de equipa, assim como de Sérgio Conceição e a respetiva equipa técnica, num momento que ficou marcado por grande (e natural) emoção. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e Luís Gonçalves, administrador da SAD, também estiveram no Olival na véspera da receção de hoje ao Farense, na qual Otávio já não participará. O até agora 25 portista rumará agora à Arábia Saudita, onde vai cumprir exames médicos para, depois, assinar contrato pelo clube onde atua Cristiano Ronaldo e é treinado pelo português Luís Castro.
Após quase nove anos de ligação ao FC Porto, o "Baixinho" abraça uma nova aventura na carreira, potenciada pelos milhões árabes. Adeptos percebem a decisão, mas não escondem a tristeza.
No sábado, Otávio não integrou o treino matinal e deixou o centro de treinos pouco depois do meio-dia, num momento testemunhado por O JOGO, cerca de meia-hora antes da saída dos restantes jogadores. O internacional português passou o portão de forma apressada, mas não sem deixar um aceno aos adeptos no local, que, esperançados em algo mais, como uma fotografia ou autógrafo, acabaram por se contentar com a breve - e última - interação com o luso-brasileiro, de 28 anos.
Como se sabia desde sábado, o Al Nassr chegou ao patamar dos 60 milhões de euros (M€) estipulados na cláusula de rescisão de Otávio, ainda que a vá pagar de forma faseada, em três tranches. A receita que dará entrada nos cofres da SAD será acima dos 40 M€, tendo em conta que a sociedade que gere o futebol não detém a totalidade dos direitos económicos do "Baixinho", devido a uma parceria realizada com o banco BMG no momento da contratação. No sábado ainda restavam pequenos pormenores por acertar, mas o médio poderá viajar ainda durante este domingo para Riade, onde a equipa técnica do Al Nassr aguarda com antecipação a chegada do desejado reforço.
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Em relação a benefícios para o jogador, Otávio vai auferir um salário condizente com a conjuntura atual do futebol saudita: sensivelmente 13 M€ anuais, num contrato que contempla uma verba por prémios e será válido até 2026. Valores que fariam qualquer futebolista pensar duas vezes, ainda mais se inserido na realidade portuguesa. Otávio, como o próprio assumiu anteriormente, ficaria a gosto no FC Porto, mas esta é uma oportunidade à qual seria difícil dizer que não.
A dor da saída de um ídolo e o "bálsamo" que chega
A notícia da saída de Otávio ia dominando as conversas nas imediações do Olival, num mês de agosto que costuma ser movimentado à porta do centro de treinos. Aproveitando as férias, são muitos os adeptos que, no fim de cada treino, se dirigem ali e, no sábado, a tristeza de uns foi sendo contrabalançada pela conformação de outros.
"Saindo o Otávio, entra o João Moutinho, para as pessoas nem terem tempo de chorar", ouviu-se. O JOGO falou com Sérgio, pai de dois jovens adeptos, Clara e Miguel, que aguardavam com especial expectativa por Zaidu - a menina até exibiu um cartaz dirigido ao lateral - e... Otávio, claro. Naturalmente, a desilusão invadiu Miguel quando o "Baixinho" deixou as instalações de forma apressada. "Ele disse que se o Otávio sair mesmo, até reconsidera ser portista", explicou-nos o pai, entre sorrisos, dando voz a uma reação a quente do petiz, própria da tenra idade.
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Pouco depois, a reflexão deu lugar a momentos de alegria: Taremi, Marcano e Gonçalo Borges encostaram os carros ao gradeamento e distribuíram autógrafos e "selfies". No fim, não houve vislumbre de Moutinho, mas uma sensação ficou clara: haverá vida para lá de Otávio no FC Porto.