A extremo direito, médio interior ou como 10 puro, Otávio tem lugar cativo esta temporada. Subida de influência diretamente ligada a uma maior disponibilidade física e controlo neuromuscular.
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Otávio só não foi titular uma vez nos últimos 13 jogos do FC Porto, conseguindo uma sequência de jogos que há muito não tinha. A influência na equipa tem vindo a aumentar - leva três assistências - e Sérgio Conceição não abdica dele, ora no lado direito do ataque, ora como médio interior (Aves), ora mesmo na posição 10 (Marítimo e Famalicão).
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O brasileiro está em grande momento de forma, com uma maior disponibilidade física e isso deve-se a um trabalho específico desenvolvido no Olival - que começou inclusive nas férias - mas também ao rigor e comprometimento nos treinos e jogos.
De acordo com o que O JOGO apurou, Otávio perdeu massa gorda em relação ao passado, tem feito um melhor controlo neuromuscular - que influencia a força, potência e flexibilidade - e dado respostas positivas à equipa técnica nos períodos de maior densidade de jogos. Tudo isso somado tem-lhe valido um lugar cativo no onze desde que, em Portimão, rendeu Romário Baró.
Redução da massa gorda e gestão do peso têm evitado as lesões e permitido ao brasileiro jogar em todo o lado
Um dos pontos mais relevantes que está diretamente relacionado com a subida do seu rendimento prende-se com a gestão do peso e uma composição corporal adequada, designadamente com um controlo rigoroso da percentagem de massa gorda, que é mais baixa relativamente a épocas anteriores. "Ele cuidou-se muito do ponto de vista físico durante as férias. E isso hoje em dia faz muita diferença. Trabalhou muito durante para poder estar a um bom nível logo nestes primeiros meses", explicou no mês passado o seu empresário, Evandro Schmidt.
Além disso, sabe O JOGO, Otávio tem sido rigoroso e comprometido com a realização de exercícios específicos da função e com o controlo neuromuscular em períodos de elevada densidade competitiva. Isto tem-lhe permitido aguentar quase sempre os 90 minutos a um bom nível e sem lesões. Com o Aves, pediu para sair mais cedo, mas apenas por precaução já que quatro dias depois voltou a ser titular, em Glasgow. A questão das lesões é, alias, pertinente. Esta época, Otávio ainda não foi obrigado a parar, ao contrário do que aconteceu no passado. Na última época, esteve 40 dias de fora devido a uma rutura muscular, em 2017/18, foram 72 dias - divididos por três períodos - sempre por causa de problemas musculares - e na primeira época na equipa principal foram mais 45 dias de inatividade.
Otávio só não foi utilizado em dois jogos esta época - Krasnodar, no Dragão, e V. Setúbal. Os 1132 minutos de jogo fazem dele o sétimo mais utilizado por Conceição
Otávio leva 1132 minutos esta temporada, que fazem dele o sétimo jogador mais utilizado por Sérgio Conceição e isso é também fruto da análise realizada pela equipa técnica face à resposta física do brasileiro na exigência diária do estímulo de treino e da competição.
No fundo, tudo se resume à maior capacidade física apresentada pelo brasileiro que lhe permite aguentar ritmos mais intensos e consecutivos. Agora, após uma paragem para as seleções, que permitiu abrandar o ritmo e até ter três dias de folga, o FC Porto vai ter a agenda de novo sobrecarregada com mais oito jogos em pouco menos de um mês.