
Hjulmand com a camisola do Lecce
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Médio, que é esperado esta semana em Lisboa, vê vídeos, estuda os adversários e teve de tomar hormonas de crescimento.
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A presença de Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, em Itália, fez acelerar a contratação de Hjulmand, médio do Lecce, que é esperado esta semana em Lisboa.
Depois do acordo com o emblema italiano, o dirigente leonino negociou também os termos do contrato com o internacional dinamarquês, que os verdes e brancos pretendem agora ver em Portugal para finalizar todas as formalidades, entre elas os exames médicos e físicos, de forma a que possa ser rapidamente opção para Rúben Amorim, que dá o pontapé de saída no campeonato no sábado, ante o Vizela.
Num investimento de 18 milhões de euros, Hjulmand terá um contrato de cinco anos à sua espera em Alvalade, ele que chegou há duas épocas e meia a Itália para representar o Lecce. Levou o clube da Serie B à Serie A e destacou-se nas recuperações de bola. Assumindo ser essa uma das suas características, nomeadamente através de carrinhos, frisa que esse gesto representa um... erro. "Quando cheguei a Itália parte do meu jogo passava por fazer muitos carrinhos. Mas é verdade aquilo que Alessandro Nesta [antigo central italiano] disse. Se fazes um carrinho é porque cometeste um erro. Por isso tento manter-me de pé para cortar a bola. Mas claro que faz parte do futebol lutar e ganhar duelos, por isso se tiver de ser vou fazer carrinhos", assumiu em entrevista recente ao site da Serie A.
Dizendo ter "melhorado a defender", o médio que se prepara para reforçar o plantel de Rúben Amorim procura evoluir através do estudo. "Trabalho muito e vejo muitos vídeos", já assumiu, contando: "A razão pela qual tornei-me um bom jogador a recuperar a bola é pela forma como leio o jogo. Antes das partidas tento estudar o jogador que vou enfrentar. Mas também tem a ver com o "feeling" que tens em campo, para saber o que o adversário vai fazer e para onde vai a bola. Tenho esse instinto natural."
Brozovic como exemplo após Vieira e Henry
Hjulmand tem como referência atual Brozovic, que trocou o Inter pelo Al Nassr, de Cristiano Ronaldo. "Tento aprender muito com ele. Ver como ele recupera a bola é um prazer. E está sempre próximo dos defesas", confessou em entrevista ainda antes do final da época: "Sempre que vejo o Inter só olho para ele. Sabe percorrer o campo com e sem bola. Está sempre pronto a recuperar a bola, lançar a equipa para a frente e para receber. É algo que tento estudar."
Mas Patrick Vieira e Thierry Henry, antigas figuras do Arsenal, do qual se diz apaixonado (tem tatuagens do clube londrino), também eram ídolos. "Vieira era um dos meus jogadores favoritos, como líder e como médio que limpava e saía a jogar. Henry foi absolutamente mágico nos anos no Arsenal."
Hormonas para crescer e salto no desconhecido
Impressionando pelo seu físico, o jogador pretendido por Rúben Amorim para varrer o meio-campo enfrentou dificuldades quando era adolescente, nomeadamente de... crescimento. "Quando estava nos sub-15 do Copenhaga tive de tomar hormonas para acelerar o meu crescimento porque estava muito atrás dos outros", contou numa entrevista ao podcast "Playing to Player", da associação de jogadores da Dinamarca. E revelou ainda que nos sub-16 teve de baixar para os sub-15 para jogar. "Foi o passo certo para mim, ainda que fosse... não sei se lhe posso chamar embaraçoso. Alguns dos meus colegas pensaram que era o fim para mim no Copenhaga."
Continuou até aos sub-19, mas optou por dar um salto rumo à aventura ao assinar, ainda com 19 anos, pelo Admira Wacker, da Áustria, que... desconhecia. "Nunca tinha ouvido falar do clube. Foi a única oferta que tive. Mas tomámos a decisão porque era o passo certo para o meu desenvolvimento", confessou em entrevista à TV 2 Sport, da Dinamarca. Daí saltou para o Lecce e chegou à seleção em junho de 2022, onde se sentiu um desconhecido. "Ninguém me conhece. Julgo que as pessoas pensam: "Quem é aquele?". Nem dei autógrafos", contou na primeira chamada.
Fã do mar e de peixe e sempre acompanhado
Perto de mudar-se para Portugal, Hjulmand poderá continuar a apreciar algo do qual é fã. "Adoro o mar", revelou em tempos quando questionado sobre a vida em Lecce, a sul de Itália, destacando o facto de haver na região "sempre peixe fresco". Vive com a namorada Emilie - que se juntou à mesa no jantar com Hugo Viana em Milão no passado sábado - que o acompanha desde os 16 anos, tendo-se mudado com o jogador primeiro para a Áustria e depois para Itália. "Gostava de casar-me mais cedo ou mais tarde", já atirou.

