Os pormenores do novo relvado do Benfica, que obrigou Vieira a abrir cordões à bolsa
Luís Filipe Vieira fez a vontade a Bruno Lage, conhecedor deste tipo de pisos desde Inglaterra, onde trabalhou com Carlos Carvalhal. Águias gastaram cerca de 300 mil euros na operação.
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O Estádio da Luz recebeu um novo relvado no início da época, mas os problemas do piso obrigaram o Benfica a nova troca. Crítico em relação ao anterior, quer pelos problemas na circulação de bola quer em termos de lesões, Bruno Lage apontou como necessária a implementação de um relvado topo de gama e híbrido, ao estilo do que é praticado em terras de Sua Majestade, e que bem conhece desde os tempos em que foi adjunto de Carlos Carvalhal (no Sheffield Wednesday e Swansea). E Luís Filipe Vieira fez mesmo a vontade ao técnico encarnado, abrindo os cordões à bolsa.
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Instalado no prazo de apenas quatro dias, o novo tapete da Luz teve um custo a rondar os 300 mil euros, contando com uma tecnologia híbrida que passa pela instalação, numa camada inferior à relva natural, de uma película sintética. Isto permite ajudar a segurar o piso, levando como tal a uma maior estabilidade, o grande objetivo de Bruno Lage - que prometeu "resolver o problema" - com esta medida, o que irá também levar a um aumento na velocidade do jogo.
"Esta tecnologia dá resistência e durabilidade ao relvado, que tem mais suporte. Quando há um carrinho, a tendência para o relvado se libertar é menor, porque está agarrado"
Luís Botas, da empresa "Eng Global" e especialista em relvados, explica a O JOGO que esta tecnologia potencia a "resistência e durabilidade", mas dará também um maior apoio aos futebolistas, algo de que Lage se queixou no final do desafio com o Lyon, falando até em falta de confiança dos jogadores e da causa de várias lesões. "O relvado natural acaba por segurar toda o sistema radicular na estrutura artificial que lhe vai dar suporte, e todas as raízes desenvolvem na parte inicial e agarradas", diz, reforçando: "Quando há um carrinho, a tendência para se libertar o relvado é menor, porque está agarrado à matriz de relva sintética." Reconhecendo que nesta fase, "o híbrido vai ajudar muito", Luís Botas sublinha que "a manutenção vai ser essencial". "Com uma boa manutenção deverá ter um prazo de utilização de três a quatro anos", refere.
Já pronto a ser utilizado, como sublinha a Limonta Sport, empresa responsável pela operação no seu sítio oficial, o relvado deverá estar assim totalmente em condições para o desafio do Benfica com o Marítimo, agendado para dia 30, no regresso das águias aos jogos em casa, praticamente um mês depois - o último foi com o Rio Ave, a 2 deste mês. Falta apenas o aval da Liga (ver peça ao lado).
A utilização de relvados híbridos é cada vez mais comum, sendo prática habitual em vários países da Europa. O sistema agora implementado, denominado pela própria empresa como "Mixto", é já utilizado pelo Real Madrid (a relva agora aplicada na Luz é idêntica ao Santiago Bernabéu), tal como por clubes como AC Milan/Inter, PSG, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Arsenal ou Zenit (adversário das águias na Champions). E a própria final da Liga dos Campeões desta época, agendada para o Estádio Ataturk, em Istambul, será disputada em piso híbrido.
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Plantel faz primeiro treino no piso esta terça-feira
Com o relvado completamente colocado e já disponível para ser utilizado, Bruno Lage não vai perder tempo e, até por uma questão de adaptação ao novo tapete, agendou para hoje a primeira sessão de trabalho no piso escolhido para o Estádio da Luz. O técnico encarnado vai afinar a estratégia para o jogo com o Vizela esta manhã no recinto das águias, num ensaio realizado à porta fechada.
Liga informada mas ainda sem pedido de vistoria
O Benfica já informou a Liga em relação à troca de relvado, tendo informado o organismo que gere o campeonato que o relvado é natural, mas que conta com um mecanismo de reforço na sua parte interna. O clube não pediu ainda a vistoria por parte da comissão técnica da Liga mas esse é um procedimento de rápida resolução, pois em 24 horas o piso poderá ser avaliado por esta entidade.