Após o Dragão e até sábado, no 1-1 de Setúbal, os encarnados só venceram um jogo, Gil Vicente, e pela diferença mínima (1-0). Lage chamou fevereiro de "mês terrível", mas março não está a começar melhor.
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Em Setúbal, o Benfica voltou a travar para o campeonato com um empate (1-1), em mais uma demonstração de ineficácia ofensiva da equipa das águias.
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Uma lacuna que tem pesado, e muito, nos mais recentes desempenhos dos encarnados e, de forma muito acentuada, após o desaire sofrido no Estádio do Dragão, na 20.ª jornada da I Liga. Os números confirmam de forma inequívoca o quase eclipse da eficácia atacante do Benfica: até à partida frente ao FC Porto, os encarnados tinham, no campeonato, uma média de 2,45 golos por jogo enquanto que, de lá para cá e em quatro jornadas, apenas regista uma média de 0,75.
"Fizemos um ano fantástico e um mês terrível", afirmou Bruno Lage após receber, no passado dia 29 no Campo Pequeno, o Galardão Cosme Damião para treinador do ano. Referia-se o técnico ao ano civil desde que assumiu a equipa principal e garantiu o título de campeão em 2019/20 e também a um último mês de fevereiro onde os encarnados se viram derrotados três vezes (FC Porto, Braga e Shakhtar, fora) e empataram quatro vezes (na Luz com o Shakhtar, em Famalicão na Taça de Portugal assim como contra Moreirense e, sábado, no Bonfim). Pelo meio, apenas um triunfo contra o Gil Vicente, por um magro 1-0. Este é um dos resultados que contribui para a média de menos de um golo por partida nos últimos compromissos do campeão nacional.
Desde o jogo no Dragão, o Benfica só ganhou uma das quatro partidas seguintes. Foi contra o Gil Vicente (1-0)
Longe vão os tempos das goleadas do Benfica nesta temporada, a maioria num promissor arranque. Olhando novamente apenas para os jogos relativos à Liga, após os 5-0 ao Paços de Ferreira, viram-se ainda tranquilos 4-0 a Braga, Portimonense, Marítimo e Famalicão. Este ímpeto ofensivo travou a fundo em fevereiro e, pelo menos tendo como primeira indicação a partida contra os sadinos, já se prolonga por março. Segue-se agora a receção ao Tondela, marcada para sábado, uma equipa que na época passada as águias venceram duas vezes mas ambas por... 1-0.
Avançados "afastam-se" do golo
Mesmo podendo não ser apontados como únicos ou, até, maiores responsáveis pela escassa produtividade ofensiva das águias nesta fase, é para os avançados que se olha primeiro quando a bola não entra. E, no caso do Benfica, os pontas de lança têm vindo a apagar-se, em particular Carlos Vinícius. O brasileiro, com 20 golos esta época, marcou três vezes neste período "terrível", duas no Dragão e outra ao Gil Vicente. Outro marcador foi o extremo Rafa (1), enquanto que Pizzi, mesmo com os três penáltis que desperdiçou contra o Moreirense e o V. Setúbal, ainda é o goleador máximo da equipa (26) e nesta fase tem cinco tentos em oito jogos.