Recurso dos madeirenses não trava a retoma da I Liga. Requerimento põe a nu desejo de não ver subir o Nacional, nem de ver fundos distribuídos pelo rival da ilha.
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O Marítimo recorreu ao Tribunal Arbitral de Desporto (TAD) para tentar a anulação das decisões da Direção da Liga relativas à interrupção da II Liga e aos fundos de apoio financeiro às equipas da prova, ação que pode vir a ter efeitos suspensivos sobre essas deliberações, se o TAD o vier a confirmar. Os argumentos da equipa funchalense estão sustentados em propósitos relacionados com a rivalidade com o Nacional.
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Os funchalenses pretendem travar as subidas de Nacional e Farense, indicados para o escalão principal, a 5 de maio, pelo organismo que tutela o futebol profissional, em função da decisão do Governo e da Direção-geral da Saúde (DGS), que apenas autorizaram a continuidade do principal campeonato até ao seu termo pela via desportiva. Apesar dos efeitos suspensivos relativamente a subidas e descidas da II Liga, este pedido de arbitragem não tem qualquer interferência na retoma das últimas 10 jornadas do principal campeonato.
Conforme o documento que deu entrada no TAD, a que O JOGO teve acesso, o emblema dirigido por Carlos Pereira alega, entre questões relacionadas com o Direito e os regulamentos, que a promoção do Nacional "tem implicações no financiamento da requerente [Marítimo], na medida em que o apoio concedido pelo governo regional da Madeira (...) é distribuído tendo em consideração o número de equipas que disputam cada uma das competições profissionais, sendo o valor anual do apoio proporcionalmente reduzido se houver mais equipas da região a disputar a Liga NOS".
"Terá um impacto direto na capacidade de obtenção de receitas de publicidade e na venda de lugares e camarotes"
"Por outro lado, sabendo-se que o mercado regional é pequeno, o facto de haver mais uma equipa no escalão principal terá um impacto direto na capacidade [do Marítimo] de obtenção de receitas oriundas da publicidade e na venda de lugares e camarotes "corporate" do estádio", refere ainda o requerimento.
Outra nota relevante é o facto de os maritimistas considerarem que a "suspensão definitiva" (conceito que também merece considerações nos argumentos) da II Liga "impede a valorização de ativos relevantes", referindo-se a dois jogadores emprestados ao Mafra e Estoril, Leandro Barrera e Lucas Africo, respetivamente, por não poderem competir e, assim, serem impedidos de "potenciar o seu valor e desportivo e económico, tendo em vista uma futura transferência".
(ALTERADO ÀS 13H55)