São sete, de fornadas diferentes, mas todos com a mesma mística (parte 2). Numa conversa sobre portismo, as respostas bateram nos títulos que há para ganhar em 2020. Do mais velho, Sérgio Oliveira, ao benjamim Fábio Silva
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Romário "será Porto" em qualquer lugar, Diogo Costa fala em motivação diferente e Bruno Costa aponta a algo especial. Responsabilidade é palavra de ordem para Diogo Leite e Tomás já se imagina a celebrar.
"Sinto ADN Porto e sou colocado à prova todos os dias. Jogador do FC Porto é assim", diz Fábio Silva
É o mais tímido dos sete, mas não gagueja quando o assunto é mística. Romário Baró chegou ao FC Porto "apenas" em 2014/15, mais tarde do que qualquer outro dos sete jogadores da formação que, atualmente, trabalham e jogam às ordens de Sérgio Conceição.
Antes até jogou no Sporting, mas é o "Ser Porto" que estará sempre consigo. No Dragão ou noutro sítio qualquer. "É o que nos ensinam desde a formação. Ensinam-nos o que é ser um jogador à Porto, o que é jogar à Porto. Mesmo se quisermos, não conseguimos fugir disto. Vamos levar sempre esta levar esta mística connosco. Não sinto responsabilidade extra nenhuma. Sinto que a tenho comigo e é um privilégio. É algo natural para mim e para todos que estão na formação", explicou o médio-ofensivo, numa síntese muito clara daquilo que aprendeu na formação e que agora transportou para o futebol profissional.
O mais velho, Sérgio Oliveira, nunca foi tão útil ao FC Porto como com Sérgio Conceição, que o soube potenciar ao ponto de fazer do médio um elemento chave na conquista do título em 2017/18. Aliás, nem a cedência a seguir ao PAOK esfriou a relação entre os dois nem esbateu a importância do médio na equipa.
"Desde o mais novo ao mais velho, todos têm de sentir o peso deste clube", avisa Sérgio Oliveira
Sérgio é o dragão mais antigo da casa. Estreou-se pelo FC Porto em 2009/10, pelas mãos de Jesualdo Ferreira, mas só em 2015 voltou para se fixar. "Esta é uma relação profissional e emocional, onde me sinto orgulhoso por poder continuar a representar o clube que me formou como jogador e ser humano. Sinto uma responsabilidade saudável e não acrescida. Penso que todos os que trabalham neste clube, desde o mais velho ao mais novo, têm que sentir o peso do FC Porto. Todos temos uma pequena cota-parte de responsabilidade e temos que estar à altura de corresponder", avisa.
"Ganhar" é o verbo de ordem e nenhum dos sete ouvidos se esqueceu de o vincar. Alguns em mais do que uma ocasião. "Só isso interessa no FC Porto...", atira Sérgio. "O ano de 2019 foi muito bom. Ganhámos a Youth League e o campeonato nacional de juniores. Para 2020, quero o mesmo, ganhar. Mas agora ganhar pela equipa principal", atira timidamente Tomás Esteves, enquanto Fábio Silva, mais descomplexado, pede para ouvir a conversa. "Olha lá", avisa o lateral da mesma geração.
Fábio recuperou a ideia de Romário Baró, com quem tão bem se entendia em campo nos Sub-19. "Quando vens da formação já te passam desde pequeno a mística do clube. Isso já vem dentro de mim. Não tenho responsabilidade acrescida por ser da formação, mas a mesma de todos, que é darmos tudo pelo clube, senti-lo e mostrar dentro de campo o que é ser Porto", completou.
"Sinto um grande apoio dos adeptos e isso só me motiva mais no meu percurso", refere Diogo Costa
Tomás Esteves acredita que é "responsabilidade dos jogadores da casa passar a mística aos que chegam", em sintonia também com Diogo Leite. "Quem está no clube há mais tempo, como é o meu caso, de certa forma sente mais o que é a família portista. Tentamos passar essa mensagem a quem chega, mas os que chegam percebem e sentem o que é esta família e sabem a responsabilidade que têm em representá-la", sublinha.
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A motivação particular e as vitórias especiais
Com menos a provar do que os mais novos, Sérgio Oliveira ainda está disposto a aprender com eles. "Pessoalmente tento todos os dias estar à altura do desafio, mas tanto tento passar a pequena experiência que tenho como aprender com a experiência dos outros. Todos temos algo para ensinar e para aprender. A humildade e o querer muito ganhar, sempre vão ser a base para tudo", acrescenta, em mais um mandamento que os sete conhecem de pequeninos.
"Desde pequeno que sou fanático e poder representar a equipa do meu coração é um sonho", confessa Tomás Esteves
"Jogar pelo clube do meu coração, onde cresci e estou há 11 anos é muito especial para mim. Quando cheguei ao FC Porto percebi a grandeza do clube e sempre tive o sonho de chegar à equipa principal. Jogar em clubes grandes é sempre especial mas jogar num clube que é a nossa casa torna tudo ainda mais especial", sorriu Bruno Costa, lançado em Liverpool há quase dois anos.
"Jogar no clube de coração, que ainda por cima é um clube enorme, é um grande prazer e orgulho. Além disso é uma motivação muito grande para conquistar muitos títulos e fazer um currículo muito bom", acrescenta o guarda-redes Diogo. Títulos é do que se fala, pois claro. "A expectativa que tenho é a de ser campeão de tudo em 2020.", completa.
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