Agostinho Bento, treinador que guiou o Felgueiras à II Liga, 19 anos depois, aponta empate em Alverca como chave
Corpo do artigo
É caso para dizer que à terceira foi de vez! O Felgueiras conseguiu a tão desejada subida à II Liga depois de duas épocas a claudicar na fase das decisões. “Não tenho dúvidas que é um prémio merecido por tudo o que o Felgueiras fez, pelo menos nestes últimos dois anos em que sou treinador. Pela regularidade da equipa, pela qualidade que apresentou, pela quantidade de vitórias, foi um prémio mais do que justo”, sublinhou Agostinho Bento em conversa com O JOGO, recordando que no domingo houve uma grande festa na cidade. “Os jogadores provavelmente exageraram um bocadinho, mas faz parte, eles sofreram muito. É a vitória de um grupo de trabalho, de uma Direção que está há três ou quatro anos a fazer um esforço tremendo e de uma cidade que estava algo adormecida”, salientou o treinador, 54 anos, fazendo referência ao último jogo em casa, contra o Braga B (1-1), em que “estiveram 7 000 pessoas no estádio e só não vieram mais porque o resto era destinado ao adversário”.
Depois de uma primeira fase brilhante, na qual foi a primeira equipa a apurar-se, seguiu-se um arranque tímido na segunda. No entanto, o treinador discorda da análise que foi feita. “Isso são frases feitas por toda a Imprensa e uma carga extra sobre a equipa. Quando empatámos o primeiro jogo veio logo essa conversa, que o Felgueiras tinha dominado com autoridade e que agora estava a vacilar. Tentei transmitir sempre tranquilidade aos jogadores porque este é um campeonato muito injusto, mas pelo menos já houve 14 jogos, ao contrário dos anteriores seis. Se fosse como no ano passado, se calhar não tínhamos conseguido. Em toda a época só perdemos quatro jogos”, destacou, vincando que “o empate diante do Alverca, nos minutos finais, foi a chave para a equipa acreditar mais” e que “a perda do Tamble foi difícil de colmatar”.
Continuar no clube é a prioridade
Ainda sem saber se irá continuar no Felgueiras, Agostinho Bento, que na carreira também já tinha subido o Fafe à II Liga (2015/16), não esconde que gostava de ficar. “Sou treinador há 14 anos e só tive três clubes [Fafe, S. Martinho e Felgueiras]. Sou uma pessoa grata a quem me quer, ainda não conversámos nada, mas darei sempre prioridade ao Felgueiras”, revelou, alertando que a equipa deve olhar com cuidado para o segundo escalão. “É preciso criar condições e estabilidade para daqui a uns anos poder voltar a sonhar. Basta ver o exemplo do Belenenses e do Länk Vilaverdense, que subiram no ano passado e voltaram a descer”, avisou.