"Os grandes aproveitavam e traziam jogadores de elite, isso acabou. Paz à sua alma"
Angelino Ferreira e Luís León, especialistas na área fiscal, reagem aos efeitos no futebol nacional da alteração ao programa “Regressar”. A partir de 2024 e até 2026, o programa fiscal para ex-residentes tem um benefício máximo de 250 mil euros, o que contrasta com os 50% de IRS que pagam sobre os rendimentos agora.
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Ao abrigo do programa “Regressar”, jogadores que tendo vivido em Portugal e pretendessem voltar, após três anos fora, pagavam o IRS sobre metade do rendimento. Ora, esta medida que beneficiava a entrada de jogadores de custo elevado em Portugal, como Pepe (FC Porto), Di María (Benfica), João Mário (Sporting/Benfica), João Moutinho (Braga), Ricardo Quaresma (V. Guimarães), Otamendi (Benfica), entre outros, vai mudar radicalmente: o Orçamento do Estado para 2024 impõe, para os futuros beneficiários um teto máximo de 250 mil euros, valor obviamente escasso para jogadores de topo que projetavam voltar a jogar em Portugal. A medida, se aprovada, entra em vigor em janeiro de 2024, mantendo-se até 2026.
“Vai entrar uma variável negativa na competitividade do futebol português. Os clubes terão menos possibilidades de contratar futebolistas de topo. Trata-se de um instrumento de competitividade que vamos deixar de contar”, assegurou Angelino Ferreira, antigo administrador da SAD do FC Porto, numa reação à proposta de alteração do Programa Regressar.