Entrevista do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ao jornal francês L'Équipe
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"Os fundos querem criar dependência. Um pouco como se vendessem droga, que os clientes precisem de mais, cada vez mais. Entra-se num ciclo vicioso: mais dívidas, mais recurso aos fundos, por isso mais dívidas", disse Bruno de Carvalho na entrevista ao jornal desportivo francês L'Équipe, que esta quinta-feira publica uma reportagem sobre os fundos no futebol, com destaque para a Doyen. Aliás, na fotografia principal aparece o português Nélio Lucas, referido como patrão da Doyen.
Apresentado como o "cavaleiro" que enfrenta a batalha contra os fundos de investimento no futebol, o presidente do Sporting recusa a ideia de que está numa guerra. "Somos contra a entrada de dinheiro no futebol, em grande escala, de origem desconhecida, de negócios desequilibrados. Se repararmos bem, os fundos ganham sempre, transfiram bons ou maus jogadores", afirmou ao jornalista Régis Dupont.
Bruno de Carvalho é ainda claro sobre o que pretende ver esclarecido nesta questão. "1º Avaliar as experiências em curso para evitar que o futebol entre neste mundo sem medir as consequências. 2º Saber que são os parceiros destes fundos, de onde vem o dinheiro. 3º Que os fundos não possam, de uma maneira ou outra, imiscuir-se na gestão dos clubes".