ENTREVISTA - O rigor e a confiança no trabalho fazem Pepe acreditar que os próximos anos serão vitoriosos, embora reconheça que uns títulos podem ser mais difíceis que outros.
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Outrora um recém-chegado ao FC Porto, Pepe pede tempo aos jogadores contratados esta temporada e recorre do seu exemplo para provar que é possível conviver com a pressão interna e externa que existe no clube.
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A renovação de contrato até 2023 quer dizer que acredita que os próximos dois anos serão tão bons como a maioria dos que tem tido no FC Porto?
-Em primeiro lugar, estou muito feliz por poder renovar o meu contrato com o FC Porto. Depois, acredito que os próximos anos sejam vitoriosos para mim e, consequentemente, para o clube, porque a maneira como trabalhamos é sempre com o intuito de conquistarmos o máximo de títulos possíveis numa época. Acreditamos muito no nosso trabalho e no nosso rigor, o que leva a que possamos estar focados e com paixão no que fazemos. Um título a terminar a temporada é algo que almejamos e é para isso que trabalhamos.
Chegou a dizer que sonhava ganhar a Liga dos Campeões pelo FC Porto. Em que sustenta essa ambição?
-Em primeiro lugar, na vontade enorme que eu e os meus companheiros demonstramos diariamente. Sabemos que é difícil, temos a humildade para o reconhecer, mas é um sonho. Quando nós deixamos de sonhar, as coisas tornam-se mais difíceis. Por isso, é um sonho que tenho, mas os meus companheiros também sonham conquistar um título tão importante com o FC Porto. Apesar de o clube já ter este título, muitos dos jogadores que estão no plantel não sabem o que é ganhar um título internacional e eu posso passar um pouco dessa experiência para eles. Falo em nós, porque somos um grupo muito unido e, quando trabalhamos, é com o objetivo de ganhar sempre.
A exigência de Conceição, a procura constante por se manter atualizado e, claro, o rendimento desportivo são os motivos apontados pelo internacional português para a renovação de contrato até 2023
Sabemos que é essencial um atleta cuidar-se fora do campo. Mas como é isso na prática? O que é que o Pepe com 27 anos fazia que o de 37 já não faz?
-Tive a sorte de apanhar a evolução no futebol. Fui sempre um jogador que tentou atualizar-se, tive e tenho bons profissionais, neste caso aqui no FC Porto, que me podem ajudar e dou-lhes graças por me ajudarem a ter uma boa preparação. É importante ter um treino como o nosso treinador, muito exigente, mas ter também a outra parte, o pós-treino. Posso dizer que o FC Porto me dá todas as condições para poder recuperar mais rapidamente, para trabalhar a prevenção. As pessoas do FC Porto ajudam-me muito também na alimentação. É um conjunto de coisas que faz com que hoje possa renovar o meu contrato e dar o meu rendimento ao clube. Se não fosse pelo rendimento, obviamente as coisas podiam ir por outro caminho. Graças a Deus tenho essas pessoas que me ajudam, tenho esse interesse de estar sempre a perguntar o que é melhor para mim e para a minha carreira. Ter condições de juntar isso tudo faz com que continue a ser um jogador bastante competitivo.
O Pepe também já passou pelo papel de recém-chegado ao FC Porto e os primeiros tempos não foram fáceis. Que mensagens tem passado aos novos jogadores?
-Costumo dizer sempre que quando trabalhamos com paixão, coisas boas virão, mais cedo ou mais tarde. O meu primeiro ano no FC Porto foi muito difícil, mas eu acreditei sempre e o FC Porto também me deu condições de poder continuar a trabalhar. O nosso clube é muito grande, mas também é um clube com muita pressão, a nível interno e externo. O FC Porto tem muito nome, muito peso. Há jogadores que chegam e se adaptam muito facilmente, outros têm de levar o seu tempo, pois vêm de outra cultura, de outras exigências. Por isso, temos de estar aqui para os ajudar, porque são aposta do clube, são jogadores de grupo e, no final, todos vão ser importantes para a conquista dos nossos objetivos.