Orientou Zaidu e agora destaca-se no Fafe: "Sempre teve uma postura interessante..."
Luís Pinto garantiu a permanência pela segunda época seguida e terá uma final com o Trofense para ver quem termina como líder
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Com uma temporada em crescendo, o Fafe esteve até à última jornada na disputa pelos quatro primeiros lugares. Caído na fase de permanência, o clube já garantiu a continuidade na Liga 3 e tem agora uma importante batalha: lutará pela liderança da série frente ao Trofense, no sábado, naquele que será o último jogo em casa esta época.
O treinador, de 35 anos, chegou ao Fafe na segunda metade da época passada e na atual disputou os quatro primeiros até à última jornada. No próximo ano, avisa, o “clube terá mais condições de subir”
No próximo jogo a equipa recebe o Trofense, e em caso de vitória garante a liderança da série. Como antecipa esse último jogo em casa?
-A ideia é que, além de conseguimos ter um resultado que nos permita ficar em primeiro na nossa série, consigamos ter também muitos adeptos no nosso estádio, porque é o último jogo da época em casa. Gostávamos que o estádio estivesse bem composto, contra um adversário muito competente e o único que ainda pode chegar aos pontos que temos. Será um jogo muito complicado, frente a uma equipa que fez uma campanha interessante e que é muito regular.
Boavista, Salgueiros, Trofense, U. Leiria, Mirandela, Felgueiras, Real, Leça, Lourosa e Fafe foram os clubes de Luís Pinto
São as duas melhores equipas desta série. Qual será a chave para vencer?
-A capacidade de nos adaptarmos aos diferentes momentos. É uma equipa que tem muita variabilidade no seu jogo, do ponto de vista ofensivo e defensivo; é uma equipa que consegue ter muita qualidade nas ações ofensivas. Há que ter a capacidade de perceber os diferentes momentos do jogo. Temos de estar tranquilos quando não tivermos bola e sermos consistentes a nível da concentração nas nossas tarefas. Isso será essencial para ficarmos com os três pontos.
Conseguiu a permanência pelo segundo ano consecutivo. Qual o balanço que faz no Fafe?
-O balanço é extremamente positivo. Quando chegámos, o caminho adivinhava-se difícil, mas conseguimos a permanência de uma forma muito meritória. Este ano não fugiu muito dos planos. O nosso objetivo era fazer uma época que fosse tranquila no que diz respeito à permanência e que nos pudesse colocar nos quatro lugares, de acesso à fase de promoção. Andámos a disputá-los até à última jornada e há um crescimento muito grande da equipa e do próprio clube nesta época; isso é algo que nos tem deixado satisfeitos e agradados.
“O Gabriel Souza vinha de duas épocas consecutivas em que não tinha jogado na Liga 3, conseguiu aproveitar este ano para fazer uma época bastante regular até à lesão. Depois apareceu o Galil”
Que jogadores saíram mais valorizados?
-Houve vários momentos da época que os jogadores foram aproveitando para se valorizarem. Quase toda a gente saiu valorizada, porque o tempo de jogo tem sido muito repartido. O Gabriel Souza vinha de duas épocas consecutivas em que não tinha jogado na Liga 3 e conseguiu aproveitar este ano para fazer uma época bastante regular até à lesão. O Gustavo Galil, que partiu sempre de uma posição de suplente, quando foi chamado para substituir o Gabi, demonstrou que pode competir na Liga 3. Os dois guarda-redes aproveitaram muito bem a época para se valorizarem e saírem com a confiança redobrada de que podem ser opção no Fafe ou noutros contextos. Não querendo particularizar, são só exemplos.
A ideia é continuar no próximo ano? A Direção já o abordou para renovar?
-Já houve algumas conversas, mas, neste momento, ainda é muito precoce estar a falar do futuro. É mais agora importante focarmo-nos no dia a dia e conseguirmos ganhar o maior número de pontos até ao final, sempre com o pensamento no presente. Quanto ao futuro, a seu tempo se verá e não estou muito preocupado.
“Não tenho qualquer tipo de dúvida de que o Fafe, na próxima época, será um dos candidatos a subir”
A equipa lutou até à última jornada pela fase de apuramento de campeão. É um objetivo para o ano?
-Esse é o próximo passo que as pessoas que estão à frente do clube querem dar, e estão a preparar tudo para o dar. Não tenho qualquer tipo de dúvida de que o Fafe, na próxima época, será um dos candidatos a subir. Foi para isso que se preparou ao longo deste ano, daí a necessidade de fazer uma época tranquila, já a olhar para os quatro primeiros. Criámos condições para sermos mais atrativos e competitivos e tenho a forte convicção de que na próxima temporada o Fafe será um dos candidatos.
Será necessário fazer muitos ajustes no plantel?
-A resposta para isso terá de ser um bocadinho à imagem do que disse há pouco. É óbvio que as pessoas já têm de começar a pensar nalgumas questões, mas ainda não é o timing certo.
Dois clubes no coração e alguns craques observados de perto
No início de carreira, Luís Pinto foi adjunto do Trofense e os jogadores que mais o impressionaram foram dois históricos. “Tive contacto com o Hélder Sousa e o Tiago Pereira. Estava habituado a vê-los noutros patamares, até de Liga dos Campeões. Foi um bocado impactante trabalhar com eles no Trofense”, recordou o técnico de 35 anos, que também orientou Zaidu no Mirandela: “Um jogador que sempre teve uma postura interessante, foi muito acarinhado e chegou ao patamar que todos conhecem.”
Em relação aos trabalhos mais meritórios, Luís Pinto destacou os três anos em crescendo no U. Leiria e a temporada inesquecível nos leceiros. “No Leça, o que era pretendido era a permanência, mas acabámos a lutar pela subida e chegámos aos quartos da Taça de Portugal, onde fomos eliminados pelo Sporting”.