Orçamentos astronómicos e protesto: dos 160 milhões do FC Porto a uns modestos 3,5 milhões
Fernando Gomes, presidente da FPF, esteve reunido com dezasseis líderes de clubes da I Liga, em Fátima, para debater o futuro imediato do futebol profissional, revelando a sua disponibilidade para liderar o processo das questões fiscais e das apostas desportivas junto do Governo. Recorde o que escreveu O JOGO em outubro.
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Nos bastidores do futebol profissional, prepara-se um pronunciamento contra os impostos. "Há uma reclamação geral para baixar o IVA de 23% para 6% e também reduziras contribuições sociais e fiscais e os seguros desportivos", contou a O JOGO Gustavo Gramaxo Rozeira, advogado e consultor jurídico da Liga (a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude não quis comentar). Simultaneamente, foram apresentados orçamentos de 160 milhões de euros por FC Porto e um pouco abaixo disso por parte do Benfica.
"Os atletas de alta competição integram uma profissão de desgaste rápido, que devia ter regimes especiais de contribuições fiscais e sociais, como tiveram em tempos. Quem acabou com isso foi Manuela Ferreira Leite", explica o jurista. Em contraciclo com os elevados custos impostos pelo Fisco, Segurança Social e os seguros regulamentares, esta época, segundo apurou O JOGO, apresentaram-se orçamentos muito elevados. Obviamente, apenas pelos três grandes. Mais exatamente, o FC Porto, que na candidatura à liga mostrou uma previsão de receitasna ordem dos 160 milhões de euros - contando arrecadar 70 milhões na Liga dos Campeões, valor que somou chegando aos oitavos de final; 40 milhões do novo contrato de direitos televisivos com a Altice, nove milhões de bilheteira, etc. O Benfica fica ficou ligeiramente abaixo, alguns milhões, mas perto o suficiente para deixar o rival Sporting com metade dos valores de dragões e águias. Os leões previram um orçamento de cerca de 80 milhões de euros, mais do dobro do que o Braga - não chega aos 40 milhões.
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A assimetria concretiza-se olhando para os clubes mais modestos, que têm orçamentos de 3,5 milhões de euros, o mínimo da I Liga. Há emblemas do principal campeonato que não pagam salários mensais superior a 2500 euros. Brutos.
Futebol paga mais de 40 milhões de euros
Com receitas de 692 milhões de euros, o futebol profissional pagou mais de 40 milhões de euros (40,2) em encargos fiscais e sociais: 21,9 milhões em impostos e 18,3 milhões em contribuições para a Segurança Social. Mais o alto preço dos seguros, gerou uma forte contestação do futebol profissional.