Operação Pretoriano: "Se Villas-Boas entrava no auditório, tinham-lhe caído em cima. Literalmente”
Comissário da PSP descreve “clima de intimação” de Fernando Madureira na AGE do FC Porto
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O Jornal de Notícias noticia esta quinta-feira que um comissário da PSP traçou um cenário de grande tensão durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do FC Porto, no Tribunal de São João Novo, no Porto. O agente, que também é sócio do clube, descreveu o “clima de intimação” criado por Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, e admitiu que se André Villas-Boas tivesse entrado no auditório “toda a gente lhe tinha caído em cima, literalmente”.
De acordo com o Jornal de Notícias, Bruno Branco, o comissário em causa, garantiu ter alertado Fernando Madureira por três vezes: “Disse-lhe para não fazer nada que prejudicasse a sua vida e o clube. Ele respondeu que tinha de gerir isto dos dois lados.”
Durante a AGE, interrompida por 45 minutos, o polícia encontrou no exterior um amigo de Villas-Boas, a quem perguntou se sabia onde este se encontrava, para o avisar do risco que corria: “Estavam a ameaçá-lo de morte e a segurança dele estava em risco”, recordou em tribunal. O antigo treinador do FC Porto acabou por ser informado da mudança de local, falou com o seu advogado, prestou declarações à comunicação social e abandonou o local. “Se ele tinha entrado no auditório, toda a gente lhe tinha caído em cima, literalmente”, alertou.
O comissário admitiu também, segundo o Jornal de Notícias, ter sido amigo próximo de Fernando Madureira, mas revelou que o afastamento aconteceu precisamente devido ao seu apoio a Villas-Boas. Antes da AGE, teve conhecimento de que Madureira estaria a mobilizar cartões de sócio de terceiros e alertou-o por mensagem: “Vê lá se não vais arranjar maneira daquilo ser impugnado.” A resposta? “Aquilo tinha partido a meio, vai haver porrada.”