Presidente do Sporting reconheceu que houve elementos que o acompanharam, mas deixou garantia. "Sporting não os contratou"
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Bruno de Carvalho prestou declarações, por videoconferência, no âmbito da Operação Fénix, devido à prestação de serviços, por parte da SPDE, sem estarem habilitados para tal. O presidente do Sporting confirmou ter sido acompanhado, "à distância" por elementos que foram "afastando as pessoas", mas confessou que não sabem que os contratou. "O Sporting não foi", sublinhou ao referir-se a uma visitar à delegação Solar do norte em novembro de 2014.
"A postura foi, de facto, de seguranças, comportaram-se como seguranças, quase que afastando as pessoas de mim, o que até não é o meu estilo, porque eu gosto de cumprimentar as pessoas", referiu Bruno de Carvalho.
Disse que os alegados seguranças o acompanharam de perto no interior do restaurante. "Não foi à distância, foi algo muito próximo", sublinhou, confirmando que foi criada uma espécie de "caixa de segurança" à sua volta.
O almoço em causa decorreu a 1 de novembro de 2014 e foi organizado pela delegação do Norte do Sporting e por um grupo que viria a criar o núcleo do clube em Matosinhos. Segundo Bruno de Carvalho, a organização contratou dois polícias para assegurar a ordem no exterior do restaurante.
"Estávamos num período complicado das relações entre o Sporting e o FC Porto", referiu, sublinhando que "no futebol, infelizmente, tudo pode acontecer" e que a ele já lhe aconteceu "um bocadinho de tudo".
Por isso, acrescentou, "é normal haver sempre apoio policial".
Quanto aos seguranças que se encontravam no interior do restaurante, Bruno de Carvalho admitiu que poderá ter sido o próprio estabelecimento a contratá-los. "Nós, Sporting, não achámos que fosse necessário", enfatizou, admitindo que ficou "surpreendido" com a presença dos seguranças.
Um responsável pela organização do almoço, também ouvido hoje no julgamento, disse que não sabe quem contratou os alegados seguranças, mas sublinhou que eles tiveram "uma postura altamente prestativa, de muita simpatia e educação".
Bruno de Carvalho lembrou ainda que a delegação contratou dois polícias para estar no local, facto que o fez ter ficado surpreendido pela presença de outros seguranças no espaço.