Os algarvios comandavam a Série D do Campeonato de Portugal, e sentem-se prejudicados com a decisão de promover Vizela e Arouca. A Câmara de Olhão também ataca fortemente o presidente federativo.
Corpo do artigo
O Olhanense não se conforma com a decisão da FPF, que define o Vizela e o Arouca como as equipas do Campeonato de Portugal que sobem à II Liga, e, na sequência da posição logo assumida, vai agora mais longe e ameaça mesmo abandonar o futebol.
"Caso esta decisão venha a confirmar-se, o Sporting Clube Olhanense deixará o futebol definitivamente, tendo em conta que estiveram ausentes os princípios essenciais que regulam uma competição futebolística equitativa, sendo que não podemos esquecer que não é a primeira vez que são tomadas decisões arbitrárias e sem sentido por parte de quem não corre ao domingo", diz a O JOGO o presidente da SAD, Luís Torres.
Insistindo na ideia de que o "critério arranjado viola o princípio da confiança jurídica que está contemplado no artigo 2.º da Constituição", os algarvios, pela voz do líder da sociedade, esperam pela "reposição da legalidade", ao mesmo tempo que avaliam "a melhor forma para recorrer e repor os direitos que conquistámos em campo, inclusive porque temos a obrigação de defender a dignidade do nosso emblema, da cidade e das suas gentes".
Luís Torres aguarda com alguma curiosidade a reunião de hoje da Liga, onde o alargamento vai ser discutido. "O alargamento seria uma escolha solidária, de forma a resolver os prejuízos dos clubes que se posicionaram nos primeiros lugares da tabela, incluindo os dois clubes escolhidos para subirem. Por isso, apelamos aos governantes e dirigentes para que façam prevalecer a justiça e o bom senso", sublinha, acrescentando que o plantel foi, entretanto, libertado. "Ainda não tive coragem de falar olhos nos olhos com os jogadores. Não sei como lhes explicar que os humilharam e desvalorizaram". Contactada por O JOGO, a FPF não quis comentar o assunto.
"É uma fraude e uma mentira"
António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, falou também a O JOGO, atacando o executivo de Fernando Gomes. "A Câmara, para além de estar disponível a colaborar e até custear uma eventual ação contra a entidade federativa, pondera apresentar uma queixa-crime contra a Direção da FPF, pois isto é uma fraude e os olhanenses não aceitam". O edil vai mais longe e pede a Fernando Gomes para "não se esconder atrás do Governo". "Isso é uma mentira, porque o Governo não inviabilizou os jogos", bastando que se seguissem os critérios definidos pela DGS. "E tudo isto se resolvia em seis jogos", conclui António Pina.