Vieira assumiu rombo de 20 a 25 M€ fruto da pandemia mas vê clube apto para resistir. Vendas de atletas e Europa nos últimos sete anos ajudam a respirar.
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A pandemia da covid-19 gerou uma crise a nível mundial, afetando também o desporto e no caso o Benfica, que já teve perdas nesta fase, segundo revelou Luís Filipe Vieira, entre 20 a 25 milhões de euros.
Admitindo a possibilidade de recorrer a empréstimos, nomeadamente obrigacionistas, em caso de necessidade perante um quadro ainda mais agravado, o presidente encarnado destacou o trabalho feito nos últimos sete anos como algo fundamental para as águias poderem agora resistir durante alguns meses à crise.
Apontando às principais fontes de receita do Benfica, Vieira destacou a venda de atletas e os prémios das provas europeias como decisivos para o momento atual, situações que permitiram à SAD encarnada encaixar, no período referido, mais de 750 milhões de euros (757,249).
Luís Filipe Vieira garantiu, na entrevista à BTV, que nesta altura não precisa de vender atletas, mas, como mostra o quadro acima, essa situação tem sido recorrente mesmo com a tesouraria encarnada em terreno positivo há já vários anos. Aliás, os resultados com a alienação de atletas, ou ganhos, (dos quais são descontados o valor líquido contabilístico dos direitos do atleta aquando da venda, as comissões ou mecanismos de solidariedade) nunca baixaram recentemente dos 50 milhões de euros. Já quanto ao encaixe com a participação nas provas europeias - que Vieira admitiu caso estas não sejam realizadas na próxima época poder ser criado um "problema gravíssimo" - atingiu os 222,787 M€, valor que beneficiou sobremaneira do aumento significativo aplicado pela UEFA a partir de 2018/19, uma vez que as águias superaram os 100 milhões de euros nas últimas duas épocas mesmo sem ultrapassarem a fase de grupos da Champions.
A torcer pelo regresso da competição, quer a nível nacional quer internacional, Vieira sabe que as finanças do Benfica enfrentam agora um duro teste. E apesar de frisar que não pretende "vender ao desbarato", admitiu que "se os anéis tiverem de ir, vão".