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O antigo goleador quer candidatar-se a presidente e tem o apoio de muitas "pessoas que foram influentes na vida do clube e que agora estão indisponíveis e de costas voltadas"
Djalmir Vieira, porventura a maior referência do futebol do Olhanense dos últimos anos, está a um pequeno passo de oficializar a sua candidatura à presidência do clube algarvio, de onde saiu em 2013, depois de 150 jogos, 60 golos e muitas, muitas tardes de glória. "A ideia estava pensada há algum tempo, mas não tinha bases para poder avançar. Agora, parece que surgiu uma boa oportunidade", conta o brasileiro a O JOGO.
De regresso ao Algarve, "para ver os muitos amigos e matar saudades da cidade que me acolheu durante oito anos e onde nasceu a minha filha", o antigo goleador confidencia que tem "recebido o apoio de muitas pessoas que foram influentes na vida do Olhanense e que me querem ver como presidente". Essas pessoas, acrescenta, "estão agora de costas voltadas para o clube e indisponíveis para colaborar, mas já me garantiram que comigo tudo será diferente e mostram-se dispostas a apoiar-me e a contribuir para que um emblema centenário volte ao lugar que lhe pertence no desporto português".
O Olhanense, recorde-se, esteve cinco épocas consecutivas na I Liga, de 2009/10 a 2013/14, mas depois iniciou uma viagem ao inferno, culminada com a decida ao Campeonato de Portugal, onde se encontra. Um período demasiado negro, reconhece Djalmir, de 42 anos de idade, que atribui culpas às constantes desavenças entre a SAD e o clube, ainda dirigido por Isidoro Sousa. "De tantas brigas e retaliações foi o Olhanense que saiu a perder. Estamos onde estamos porque ninguém se entendeu. Eu dou-me bem com os elementos da SAD e esta é uma ocasião soberana para os sócios do Olhanense tentarem que o clube volte a ser o que era. O bom relacionamento é essencial, tipo marido e mulher. Se andarem divorciados, nada feito".
Djalmir sustenta que "um clube centenário não pode acabar assim, pelo menos é este o meu ponto de vista, como sócio que sou. As pessoas que sempre ajudaram foram postas de lado, após vários anos a trabalharem de graça. São essas pessoas que me têm dado força para montar uma estrutura sólida, e, se continuar a receber esse apoio, avanço para uma candidatura, o que, aliás, sempre foi o meu sonho".
O brasileiro estudou desporto e fez uma pós-graduação em futebol, na altura em que arrumou as chuteiras e voltou ao seu país, mas agora está pronto a fixar-se de novo em Olhão, "se a ideia vingar". Basta os sócios quererem, acionando os mecanismos legais, o que "pode acontecer em qualquer altura".
Sérgio Conceição "é um treinador notável"
No Olhanense, Djalmir deu "tudo o que tinha e o que não tinha". Marcou golos para todos os gostos, "uns mais bonitos e outros mais importantes", 22 deles na época da subida, quando foi o rei dos goleadores. Nas duas últimas temporadas, trabalhou com Sérgio Conceição, primeiro como seu jogador e depois como manager da equipa. "O Sérgio exigiu que eu passasse a diretor desportivo. A nível de trabalho, é cinco estrelas, sempre muito focado e organizado no dia-a-dia. É um treinador notável. E até considero que o Olhanense não tinha estrutura para dar cobertura às ideias do Sérgio", atira, elogiando também o caráter e o valor de Jorge Costa, outro técnico de quem guarda gratas memórias.
