Júnior Moraes Jogou mais de dez anos na Ucrânia e destaca a qualidade do médio ofensivo Sudakov.
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Júnior Moraes, irmão do antigo avançado do FC Porto, Bruno Moraes, jogou mais de dez anos na liga ucraniana, onde é o maior goleador de sempre (100 golos), tendo estado um pouco mais de três épocas no Shakhtar Donetsk, que na terça-feira "recebe" os dragões no jogo inaugural da Liga dos Campeões.
Por isso, é dos jogadores mais habilitados para falar deste encontro europeu que prevê equilibrado.
"Não existe favoritismo, o Shakhtar e o FC Porto são clubes tradicionais que estão sempre a disputar a classificação para os oitavos de final da Champions", começou por dizer a O JOGO o jogador agora com 36 anos que não esquece Luís Gonçalves, o administrador da SAD portista com quem se cruzou no Shakhtar. "Ele e o Dário Srna [atual diretor desportivo dos ucranianos] fazem grandes trabalhos com as suas equipas", sublinhou.
Falar do Shakhtar sem referir a guerra é impossível e Júnior Moraes admite as fragilidades que daí advêm, as quais contrapõe com o espírito do povo ucraniano. "Saíram muitos jogadores de nível altíssimo, mas chegaram jogadores jovens com grande potencial. O Shakhtar, realmente, não vive um grande momento devido à guerra. Como disse, saíram muitos jogadores e também a parte psicológica influencia. Porém, é um povo muito forte e que não desiste", referiu Moraes que, diga-se, está naturalizado ucraniano, sendo mesmo internacional pelo país. "O FC Porto tem uma grande equipa, porém perdeu dois grandes jogadores, o Otávio e o Uribe, e vai demorar algum tempo a adaptar a equipa aos novos jogadores", apontou, estando à espera de "um grande espetáculo" em Hamburgo, a "casa" do Shakhtar nas provas europeias. "É sempre uma desvantagem jogar fora em todos os jogos", admitiu.
Mesmo com a debandada causada pelo conflito armado com a Rússia, Júnior garante que o Shakhtar tem uma equipa competitiva e aponta aquele que, na sua opinião, é a principal ameaça para os dragões. "Coloco o Sudakov [21 anos, médio ofensivo] em destaque por ser um jogador que está a alcançar o seu auge técnico". Já do lado do FC Porto, que é tema de conversa frequente com o irmão Bruno, destaca dois elementos, um da defesa e outro do ataque. "O Taremi e o Pepe, com certeza, são os pontos fortes do FC Porto hoje em dia", referiu.
Num lado mais pessoal, Júnior Moraes não esconde que "a situação da guerra mexeu muito com o lado emocional" e, por isso, tomou a decisão de voltar ao Brasil. "Era um período para estar perto dos meus familiares. Agora é o momento de baixar toda essa adrenalina e escolher bem o próximo passo", explicou o avançado que em junho rescindiu com o Corinthians.