"O que os mais velhos me dizem é que dantes era muito difícil jogar aqui"

Simón Lamas, o ex-treinador dos sub-23 que substituiu Rubén de la Barrera no comando técnico da equipa principal do Vizela, da II Liga, sente-se grato pela oportunidade que lhe foi concedida e capaz de corresponder às exigências do desafio.

"Depois do jogo com a Oliveirense, convidaram-me para ser solução e é um privilégio e uma honra treinar a equipa principal do Vizela. Sinto-me grato por poder trabalhar com estes jogadores e contribuir para a evolução da equipa. Tenho a certeza que há aqui um bom grupo de jogadores e que, com trabalho árduo, podemos alcançar melhores resultados e encarar o futuro com otimismo”, afirmou nas suas primeiras declarações enquanto treinador da principal equipa dos minhotos. 

O espanhol confessou ainda que se sente capaz de corresponder às exigências da tarefa. “Estou confiante nas minhas capacidades para reverter a situação. A receção foi boa e a predisposição dos jogadores para a mudança foi fantástica. Há muito potencial no plantel e objetivo é evoluir mas passo a passo, jogo a jogo”, assinalou, e acrescentou. “Sou uma pessoa de clube, trabalho onde entenderem que devo trabalhar e farei sempre isso com a maior das ilusões. Sinto-me bem aqui e estou consciente que temos de dar 200% para mudar esta situação. A atitude dos jogadores tem sido boa e espero que se libertem da carga emocional dos últimos dias porque ai estaremos preparados para ganhar”.

Já quanto aos objetivos que lhe foram pedidos sustentou: “Em Espanha dizemos que o Cholo Simeone [treinador do Atlético Madrid] instaurou a mentalidade competitiva do jogo a jogo. E creio que é isso. Se perdermos tempo a olhar muito à frente despistamo-nos. Quando um treinador chega de novo, o que quer é impor as suas ideias. Se pensarmos a longo prazo podemos perder o foco do mais importante, que é o jogo a jogo, neste caso o jogo com o Alverca”, destacou. Já o que diz respeito ao grupo que integra revelou total confiança nos seus colaboradores e nos jogadores, demonstrou uma enorme confiança.

"Confio muito no meu trabalho e encontrei uma equipa técnica de grande nível. Embora de fora, nos jogos anteriores via o nível deste plantel e vendo o que é esta a competição, creio que o Vizela tem equipa para andar nos lugares de cima. Mas temos de ir pouco a pouco porque pensar a longo prazo seria um equívoco. Em atitude, trabalho, ilusão e vontade, ninguém me ganha. Estou preparado e a reação dos jogadores augura bons momentos. Oxalá que todos que juntos possamos somar”, sublinhou.

A relação entre o seu antecessor, Rubén de la Barrera, e os adeptos do Vizela foi bastante conflituosa, situação que Simón Lamas quer inverter. “O apoio deles é fundamental. Queremos que sintam que fazem parte do processo e venham aos jogos para criar um ambiente vibrante. O que os mais velhos me dizem é que dantes era muito difícil para qualquer equipa jogar aqui e é isso que queremos que volte a acontecer. Nesta altura somos a equipa que menos pontos faz em casa e isso não pode ser. Quem quer olhar para os lugares de cima tem de ter o apoio dos adeptos. E, entre todos, temos de conseguir que os jogos em casa sejam uma festa e os adeptos possam desfrutar e, juntos, conseguirmos vencer. Os adeptos querem ver a equipa bem e é para isso que estamos a trabalhar. E em Alverca, sejam quanto forem, os incentivos deles podem ajudar-nos a ganhar”, destacou o treinador, a concluir.