"O que fizeram ao Caldas revela uma primazia evidente pelas equipas grandes, haja vergonha"

Caldas SC
Adeptos revoltados com mudança de estádio para receção ao Braga
Os adeptos do Caldas, que defronta esta terça-feira o Braga nos oitavos de final da Taça de Portugal, mostraram-se extremamente desagradados com a mudança de local do jogo de Caldas da Rainha para Torres Vedras.
"Todos os caldenses mereciam este jogo no nosso estádio. O Caldas tem escrito páginas bonitas nesta competição ano após ano e, mais uma vez, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o seu presidente Pedro Proença teimam em estragar a verdadeira festa que é a Taça de Portugal", lamentou João Francisco, um dos adeptos que já se encontra nas imediações do estádio.
À agência Lusa, o antigo jogador da formação caldense mostrou-se fortemente desagradado com a mudança do local, notando que estão a "estragar a festa a quem mais luta por ela e por quem a vive como o puro e verdadeiro futebol deve ser vivido", advertiu, colocando-se ao lado da tomada de posição do plantel e da estrutura do futebol sénior.
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Inicialmente, o Caldas, da Liga 3, iria receber os minhotos em sua casa, no Campo da Mata, em Caldas da Rainha, às 18:45, contudo, o estado do relvado, alegadamente "impraticável", motivou a decisão da FPF de alterar o recinto do jogo, transferindo o mesmo para o Estádio Manuel Marques, em Torres Vedras, às 19:00.
Antigo atleta dos pelicanos, também André Santos manifestou o seu descontentamento pela situação.
"Sem necessidade absolutamente nenhuma estão a destruir a festa do futebol, a competição mais democrática de todas foi hoje desrespeitada. Aquilo que fizeram hoje ao Caldas revela uma primazia evidente pelas equipas grandes", analisou, acrescentando que o "que o Caldas tem dado em prol do bom ambiente no futebol português - que está pelas ruas da amargura - foi desconsiderado, ignorado e menosprezado pelos dirigentes da FPF. Haja vergonha", atirou ainda.
A contestação sobre a alteração do local do jogo dos oitavos de final a menos de 24 horas do apito inicial é um sentimento generalizado entre os adeptos caldenses, que já percorrem as instalações do recinto desportivo em Torres Vedras.
Eva Fonte fez-se acompanhar pela família, que até tinha reservado o dia para acompanhar o clube do coração, mas, devido à mudança de local, teve de antecipar os planos para fazer a viagem.
"Posso perceber que pode haver um campo que não está em ótimas condições, não sei, porque não sou técnica e não fui ver, mas não são nas 24 horas antecedentes, menos do que 24 até, que se organiza um jogo", começou por lamentar.
A adepta do clube de Caldas da Rainha, que vai jogar a cerca de 50 quilómetros de casa, referiu ainda que "o que faz crer é que o Caldas consegue fazer comichão a muita gente, principalmente aos grandes".
Já depois de afirmar que gostava que os jogadores entrassem em campo com uma mensagem de protesto, a adepta mostrou-se confiante de que possa "escrever-se história".
Ao início da tarde, o plantel do Caldas admitiu que iria "avaliar" a participação no encontro de hoje, sendo que, poucas horas depois, e novamente através de um comunicado nos canais de comunicação, revelou que vai entrar em campo, mas sob protesto.
"Mostraremos que o Caldas não tem limites, ainda que seja um dos minutos mais tristes da nossa longa e respeitosa história", lê-se na missiva.

