O Altay foi a primeira equipa a vencer o campeão no campeonato deste ano e Marco Paixão admite que uma "praga de lesões" ajudou à tarefa do seu conjunto. Sugere ao Sporting atacar as costas da defesa
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Marco Paixão está a cumprir a quarta época no Altay , que infligiu a primeira derrota ao Besiktas no campeonato turco, a 24 de setembro.
"Tivemos alguma sorte. Apanhámo-los com menos ritmo, porque até vinham de bons jogos, mas sentiram muitas dificuldades pelas lesões", diz o avançado português a O JOGO, analisando ao pormenor um adversário que considera estar em crescendo: "São os campeões e, para mim, a melhor equipa da Turquia, mas ainda não estão na melhor forma. Passaram por um momento menos bom e, aos poucos, já estão a conseguir recuperar jogadores, casos do Montero, do Pjanic e do Batshuayi. Tiveram uma praga de lesões, mas têm condições para dizer que são a melhor formação aqui."
Quanto aos perigos da formação de Istambul, o destaque vai para o médio cedido pelo Barcelona: "Bem, quando o Pjanic tem a bola resta rezar. É mesmo rezar para que ele não encontre espaços entre linhas. Cada vez que tinha a bola via-se a diferença dentro de campo. Pode ser uma equipa bem diferente sem ele porque ninguém faz aqueles passes a 30 metros como ele. Nunca o podem deixar ter a bola. Faz a diferença a qualquer momento", avalia, concordando que o habitual 4x3x3 do Besiktas privilegia a bola nos extremos, o drible no 1x1 e que o avançado emprestado pelo Chelsea, que leva quatro golos na época, está a corresponder: "O Batshuayi adaptou-se bem, tem estado bem na finalização, nos golos, e é um perigo constante para uma defesa. É um jogador diferenciado e busca os espaços nas costas da defesa."
Feliz a viver em Esmirna, na costa do Mar Egeu, o avançado de 37 anos, acha que a defesa é o ponto mais fraco das Águias Negras e espera que Pedro Gonçalves possa ser opção: "O Sporting, se for inteligente, vai tentar explorar as costas da defesa. É inteligente para furar o reduto deles. Até pela velocidade. O Pote é forte nisso, também por vir de fora para dentro."
O Besiktas perdeu os dois último jogos fora na Liga, mas Paixão diz que os 21 mil adeptos que estarão no Vodafone Park até podem condicionar... a equipa da casa: "Há mais público agora devido ao desconfinamento e eles vão entrar fortes também pelos adeptos. Mas se não marcarem até aos 20" ou se o Sporting marcar primeiro nota-se o nervosismo nas bancadas e isso contagia-se os jogadores."
O papa-milhas retrata a euforia
Marco Paixão esteve três anos em Espanha, um no Chipre, no Irão e na Chéquia, duas épocas na Escócia e cinco na Polónia. Ao quarto ano de Turquia e depois de 77 golos em três épocas, ajudando a equipa a voltar à I Liga, o dianteiro de Sesimbra exalta a euforia dos adeptos: "O futebol é uma loucura aqui. É absolutamente impressionante. É uma paixão brutal. Nós sentimos esse carinho nas redes sociais e no relvado. É maravilhoso", explica, dizendo que o "Sporting tem boa imagem na Turquia" e que o título de 2020/21 "foi muito falado."