"O penálti já andou nas redes sociais, saiu nos jornais e não é escandaloso..."
Passou pelas escolas do FC Porto e subiu a técnico principal no Lourosa, de onde é natural. Seguiu-se Águeda e Valadares, de onde saiu para tentar salvar os minhotos do regresso ao Campeonato de Portugal.
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André Ribeiro faz hoje 35 anos e no sábado recebeu uma espécie de presente antecipado, ao vencer na receção Montalegre (3-1), naquela que foi a primeira vitória, desde que assumiu o cargo de treinador do Pevidém, em meados de dezembro. O treinador, que saiu do Valadares para "abraçar o projeto mais difícil da carreira", revelou que veio para este clube "atrás de um sonho, que no final vai saber bem".
Foi a primeira vitória em 12 jogos, desde que assumiu este projeto... o que sentiu no último jogo?
-Foi um resultado positivo, que já nos fazia falta há algum tempo. Nos jogos anteriores, jogávamos bem, estávamos ligados, mas tínhamos tido pouca sorte. Houve muitas derrotas depois dos 90". No sábado não jogámos tão bem, mas conseguimos ter critério e fomos felizes.
André Ribeiro faz 35 anos esta quarta-feira e já tem a promessa de renovar, caso consiga a permanência do Pevidém na Liga 3
Considera que este resultado já podia ter aparecido há mais tempo?
-Temos sido uma equipa muito competente e em quase todos os jogos acabámos por dominar. Perdemos pontos em Braga aos 90+6", em Lourosa aos 90+3" e com a Oliveirense aos 90". Perdemos muitas vezes pela margem mínima, mas com uma qualidade de jogo que nos dava algum conforto para pensar que, nesta fase, poderíamos ser muito mais fortes. Entrámos só em dezembro e sabíamos que era um processo que levava algum tempo. Esta vitória é a confirmação do trabalho realizado até agora.
O Montalegre é um rival direto na luta pela permanência. Havia mais do que três pontos em jogo?
-Sabíamos que era o jogo mais importante da época e, se não o vencêssemos, a permanência na Liga 3 estaria em causa. Era importante ganhar e por isso a estratégia foi mais de contenção, dar iniciativa ao adversário e explorar ataques rápidos. Sabíamos que havia alguma intranquilidade e lentidão por parte do adversário nesses ataques rápidos. Num deu no canto que resultou no golo e, nos outros, dois penáltis, que surgem de transições rápidas.
"Esse lance [penálti] já andou nas redes sociais, saiu em todos os jornais e não é escandaloso nem envergonha o futebol português"
No final da partida, o treinador do Montalegre contestou a arbitragem. Como analisa esses lances?
-O treinador do Montalegre faz o seu trabalho e eu o meu. Desde que cheguei ao Pevidém, também houve jogos em que nos sentimos prejudicados, nomeadamente na jornada anterior, com o S. João de Ver. São três equipas em campo, às vezes a minha não é melhor e comete erros, o adversário também. Neste caso, a equipa de arbitragem teve uma postura excelente. Esse lance [penálti] já andou nas redes sociais, saiu em todos os jornais e não é um lance que seja escandaloso e envergonhe o futebol português, mas respeito a opinião dele. Temos de ter orgulho no nosso futebol porque as seleções dão-nos esses indicadores.
Neste momento, há bons motivos para acreditar na permanência?
-Se não acreditássemos, não tínhamos aceitado este projeto. O próximo jogo é na Sanjoanense, onde iremos ter a postura que sempre tivemos, querer assumir o jogo, ter um futebol apoiado e ser concentrados em todos os momentos. É difícil porque temos três jogos fora, mas vamos com todos os sonhos para ficar na Liga 3.
O que o levou a aceitar o desafio de treinar uma equipa do fundo da tabela?
-Foi pela parte humana do presidente. O clube quer muito crescer, apresentou-me um projeto na próxima época, de mudança do relvado, de termos um espaço nosso para treinos e essa profissionalização toda levou-me a aceitar o desafio. Ponderámos muito, estávamos no Campeonato de Portugal e achámos que era um passo importante, sabendo que era uma tarefa muito difícil, mas fomos com o clube atrás de um sonho muito difícil, que no fim vai saber bem.
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