"O Pablo Villar não foi uma decisão minha. O Rubén não está aqui por ser espanhol"
ENTREVISTA, PARTE II - Diretor desportivo do Vizela, Toni Dovale, anuncia continuidade de Rúben de la Barrera e afirma que não conhecia o anterior treinador
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Qual é a razão para a aposta em treinadores espanhóis: Pablo Villar, primeiro, e Rubén de la Barrera, depois?
-O Pablo Villar não foi uma decisão minha, não o conhecia antes. O Rubén [de la Barrera]não está aqui por ser espanhol, dado que procuro sempre gente capaz, independentemente da sua nacionalidade. Está aqui pela capacidade que tem demonstrado no seu trabalho, que analisamos diariamente.
O que esteve na origem da saída do Pablo Villar?
-Nas análises diárias que fazemos sobre o trabalho do treinador, inclusive dos jogos, entendemos que em virtude do que pretendíamos, aquele era o momento de mudar.
Face às circunstâncias, arrependeu-se alguma vez de ter contratado o Rubén de la Barrera?
-Não. Infelizmente apanhou a equipa em lugar de descida e acabou por descer. É claro que não podemos estar orgulhosos. Todos temos responsabilidade na despromoção, e para iniciar a época com um projeto novo ele é o melhor treinador que podemos ter. Ele está na linha de rigor, exigência e profissionalismo que queremos para o Vizela. Com o Rubén, a equipa sabia o que fazer, com e sem bola, o que obviamente tem muito trabalho por detrás. Acreditamos que, com um projeto novo e uma pré-época, vai ter êxito com a esta forma de trabalhar.
O treinador tem mais um ano de contrato e infere-se que o vai cumprir...
-Sim. Analisámos o seu trabalho, as coisas que mudaram para melhor após a sua chegada e considerámos que é o treinador ideal para o projeto.
Foi acusado de fazer más contratações, sobretudo no mercado de inverno, como explica essas apostas?
-É uma acusação mais local do que nacional, porque a Imprensa, muitos treinadores em público e diretores desportivos em privado, consideraram que o Vizela era uma das equipas que melhor trabalho tinha feito no mercado de janeiro. E um exemplo é o Petrov, por quem pagámos 40 mil euros. Três meses depois, no dia em que se lesionou, tínhamos aqui um clube estrangeiro disposto a pagar um milhão e meio de euros. As contratações melhoraram muito a qualidade do plantel.
Acusam o Vizela de recorrer ao mercado estrangeiro, por que não aposta mais nos portugueses?
-É um tipo de discurso populista e vazio, fácil de desmontar. Dos cinco jogadores com idade de equipa A que contratámos em janeiro, três são portugueses: o Bruno Costa, que todos conhecem do FC Porto, o Domingos Quina, que pertence a um grande clube de Itália [Udinese] e que depois de jogar no Vizela foi chamado pela primeira vez à seleção da Guiné-Bissau, e o Jota [Gonçalves], desde que chegou é o melhor dos nossos centrais.
E o seu futuro, passa pelo Vizela?
-Sim. E o desta SAD também. Temos um compromisso muito grande e estamos ficados em fazer crescer o clube a cada dia.