Na ressaca de uma noite longa, o marcador do primeiro golo ao Sporting no jogo do título falou com O JOGO e recordou os momentos em que só no balneário se acreditava na ultrapassagem.
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A época 2019/20 será para Danilo guardar na memória. Começou com um desentendimento com Sérgio Conceição ainda na pré-época, seguiu com exibições intermitentes e termina da melhor forma possível.
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O Comendador recuperou a importância, marcou golos decisivos nas duas últimas jornadas e facilitou o segundo título nacional de azul e branco vestido. Radiante, fez uma retrospetiva da temporada, apontou os momentos chave e deu aval aos miúdos que se seguem.
Qual foi o momento mais decisivo desta época e porquê?
-O mais decisivo diria que talvez tenha sido o jogo com o Benfica, no Dragão. Quebrámos uma série de jogos [16 na Liga] sem perder ao nosso adversário e a partir desse momento iniciámos a nossa recuperação na tabela. O jogo frente ao Gil Vicente, depois da final da Taça da Liga [perdida contra o Braga] também foi importante pelo contexto que se vivia no momento.
Esse foi um dos quatro clássicos que o FC Porto conquistou. Só o plantel das conquistas europeias, com José Mourinho, tinha conseguido vencer os quatro clássicos de um campeonato. De alguma forma é um atestado de superioridade neste campeonato?
-Todos os 34 jogos da Liga são importantes e valem os mesmos três pontos. Claro que vencer os rivais diretos tem sempre um sabor especial, mas, mais importante do que isso, é chegar ao final em primeiro lugar. Foi isso que conseguimos. Os campeões são sempre justos.
Como é que o plantel lidou com o facto de, por vezes, se falar mais nas derrotas do Benfica do que nas vitórias do FC Porto?
-Não temos de estar preocupados com os rivais, nem com o que diz a Comunicação Social. O nosso foco sempre foi trabalhar para ganhar e foi isso que fizemos. Esses são temas que não têm relevância para nós, o nosso foco sempre foi preparar cada jogo para o ganhar.
"Nunca deixámos de acreditar, pois na época passada também estivemos destacados e não ganhámos o título"
Mas o que é que o grupo sentia quando ouvia que o campeonato estava perdido?
-Nunca deixámos de acreditar que seria possível inverter a situação. No ano passado também estivemos destacados e não ganhámos o título, por isso, a nossa mentalidade e vontade de vencer fez-nos lutar em cada jogo, sabendo que tudo é possível até ao final. Mostrámos uma grande fé e o trabalho fez o resto.
Nos momentos a seguir à festa, alguns jogadores do FC Porto contaram que, mesmo a sete pontos, Sérgio Conceição dizia que se o trabalho se mantivesse igual, o FC Porto iria ser campeão. Não duvidaram disso à medida que o tempo passava?
-Focámos só a nossa atenção em fazer o máximo de pontos possível. Se fizéssemos o nosso trabalho e ganhássemos os nossos jogos, acreditávamos que era possível chegar ao primeiro lugar e vencer o campeonato.
Algum momento da época que tenha ficado atravessado na garganta?
-Não. Houve momentos mais difíceis, mas continuei a trabalhar, e é com enorme satisfação que sinto que ajudei o grupo a conquistar a Liga.