O lateral do Rebordosa marcado pela paixão vitoriana: "Começou há cinco anos..."
Edgar Teixeira cresceu em Gandra mas o coração bate forte pelo V. Guimarães desde um jogo no D. Afonso Henriques, há cinco anos. Tem 27 anos, cumpre a quinta época no Rebordosa, onde sente também o bairrismo e a devoção dos adeptos. Aliás, Edgar sente que esse fervor é uma ponte que une os dois clubes.
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Edgar Teixeira, lateral-direito já com longa passagem pelo Rebordosa, onde cumpre a quinta temporada, viveu na quinta-feira um momento especial, ao defrontar o clube que o preenche mais fora do seu espaço profissional. Não sendo natural de Guimarães, nem sequer tendo passado pela formação nos conquistadores, o coração bate pelo Vitória. A passagem do emblema vimaranense por Rebordosa, numa tentativa de expansão de fé e febre tão peculiares, foi louvada pelo defensor.
“É uma boa maneira de mostrar aquilo que é a mística do clube um pouco por todo o território, aproximando mais pessoas. Pelo carinho que lhe tenho, fui um privilegiado por ter tido a chance de defrontar um clube da dimensão do Vitória”, sublinhou Edgar, dissecando a natureza desse amor. “A paixão começou há cerca de cinco anos. Recebi um convite de um amigo meu, o Ricardo Martins, que fazia parte da equipa técnica, para ir ver um jogo. O ambiente que se vive, o momento de cantar o hino antes dos jogos, a envolvência do estádio, a maneira como os adeptos sentem, tudo acabou por me cativar. Passei a ser mais um a torcer pelo clube e, sempre que posso, estou presente”, partilha.
Jogando no Rebordosa, onde o culto pelo clube também é fervoroso, a uma escala diferente, Edgar avalia essa característica que os une. “Os nossos adeptos também são muito bairristas, defendem com fervor o clube da cidade e são exigentes connosco. Querem sempre mais e acompanham-nos para todo o lado. Na Madeira, na Covilhã, noutros pontos, já tivemos mais adeptos nossos do que locais”, sustentou Edgar, que, ontem, lá tentou garantir uma recordação deste jogo tão especial. “Na Europa o percurso foi notável, mas ainda vão a tempo de fazer um bocadinho mais na liga, porque têm capacidade para isso. Sofreram com algumas saídas, já que é difícil manter por muito tempo os melhores ativos. Identificava-me muito, pelo estilo de jogo, com o Mangas. Entre os que continuam, também me enchem as medidas o Händel e o Tiago Silva”.
“Este jogo parece que foi feito para mim!”
Joaquim Rocha tem dois amores: o Rebordosa e o Vitória, que superou a paixão pelo Benfica
Espectador em Rebordosa, regressando à sua terra de origem, Joaquim Rocha foi bafejado, ontem, pelo inesperado encontro dos dois amores. “Este jogo parece que foi feito para mim! Fui jogador da formação do Rebordosa durante cinco anos, acompanhei o clube de pequeno, vendo jogos na 3.ª Divisão com o meu avô. Depois surgiu o Vitória, uma paixão adulta. Conheci a minha esposa, que é de Guimarães, e passei a ir ver jogos com ela, em casa e fora. Em 2016/17, num jogo da Taça de Portugal, no Bessa, fiquei em choque com a deslocação em massa. Isso elevou a minha paixão. Um pouco depois, no D. Afonso Henriques, juntei-me aos adeptos do Benfica, clube pelo qual torcia antes, mas já não senti a mesma coisa. Decidi mudar, tornei-me sócio do Vitória e passei a ser assíduo”, conta, aplaudindo ação de expansão vitoriana, traduzida na aproximação a outras terras. “É fantástico ver o Vitória a chamar adeptos noutros lados, mas valorizando os clubes locais e chamando a população em geral. Tem essa facilidade de convocar adeptos; conheço gente com histórias iguais à minha, de Santa Maria da Feira, da Póvoa... Fiquei completamente identificado com o clube, porque é ímpar no país, é caso único. Isso faz com que outras pessoas, de outras cidades, se apaixonem pelo bairrismo que ali existe”, vinca, gabando o desempenho da época.
“Estamos muito orgulhosos com o que os jogadores conseguiram fazer, apesar de tantas adversidades. Deram tudo; é isso que aqui se pede. A nossa exigência é sempre diferente, não é fácil para qualquer jogador, treinador ou dirigente. As críticas estão sempre à porta, e ao mínimo erro aparecem. Temos de estar orgulhosos deste plantel, pelo que fizeram a jogar de três em três dias”, reconhece, identificando os ídolos. “O favorito é o Varela, porque o meu filho é fã número 1 dele. Ele e a minha filha nasceram e ficaram logo sócios. Mas admiro muito o Händel e o Tiago Silva, que são os motores do Vitória. Tenho visto um João M. Mendes muito assertivo e respeito o Nélson Oliveira, que dá tudo em campo, é um pivô magnífico a receber bolas e dar para os lados”, remata.