"O Kiko Bondoso não tem medo de arriscar, nem de ir para cima seja de quem for"
Autor do golo nos Açores, o extremo Kiko Bondoso, que já marcara a Tondela e Belenenses, destaca-se entre os mais utilizados: tem 1922 minutos, mais 100 do que Koffi, o segundo com mais tempo de jogo. Rogério Sousa, treinador que o orientou no Lusitano de Vildemoinhos, conta que o único totalista da equipa minhota "tem uma personalidade introvertida", mas no campo transfigura-se.
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Há seis anos jogava nos Distritais, no Moimenta da Beira, o clube da terra onde nasceu a 17 de novembro de 1995. Depois de brilhar no Campeonato de Portugal, ao serviço da equipa onde se formou e também no Ferreira de Aves e no Lusitano de Vildemoinhos, transferiu-se, em 2019/20, para o Vizela, contribuindo para a subida meteórica, daquele escalão do futebol não profissional até à I Liga.
Nesta primeira época ao mais alto nível, Kiko Bondoso é o único jogador do plantel de Álvaro Pacheco utilizado nos 25 jogos disputados.
"Não fico surpreendido com o êxito que está a ter porque é tecnicamente muito forte desde a formação e foi desenvolvendo algumas capacidades", conta Rogério Sousa, treinador que orientou Kiko no Lusitano de Vildemoinhos.
"Não deu o salto mais cedo porque tinha pouca visibilidade. Na época em que esteve no Lusitano, a visibilidade foi maior no Campeonato de Portugal e fizemos uma grande campanha na Taça de Portugal. Eliminámos o Nacional, fomos afastados pelo Sporting nos oitavos de final, e perspetivava-se que ia ter clubes atrás dele e teria muito sucesso porque fez uma época incrível", recorda sobre o extremo que "é muito humilde" e é diferente fora e dentro do campo.
"Tem uma personalidade muito introvertida. É daqueles que se entrarmos no balneário e não falarmos com ele, não fala com ninguém. Mas no campo é bastante atrevido. Não tem medo de arriscar, nem de ir para cima seja de quem for", assegura, perspetivando o jogo de sexta-feira com o Benfica: "Não vai ser problema jogar na Luz, nem vai sentir a pressão de jogar contra um grande."
O agora técnico do Mangualde defende, aliás, que "não há muitos jogadores com as características" de Kiko Bondoso. "Muda muito facilmente de direção, tem uma velocidade boa com bola, sabe driblar e para ele jogar com o pé esquerdo ou com o pé direito é igual", elogia. "Conseguiu afirmar-se com estas características e também com uma visão de jogo que foi apurando ao longo da idade e melhorias na tomada de decisão", aponta.