O jovem japonês que se inspira em Nakajima: "Ir atrás de Benfica ou FC Porto..."
Médio de 18 anos, Kotaro Nagata não se intimida com a sua estatura baixa e acredita que vai vingar no futebol europeu. Chegou à Oliveirense em agosto mas está de olho no FC Porto e no Benfica
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Kotaro Nagata vive a sua primeira experiência como jogador de futebol fora do Japão. O jogador, de 18 anos, chegou no final de agosto a Oliveira de Azeméis para assinar pela Oliveirense e agora, na sua sua apresentação aos adeptos, Kotaro Nagata falou desta sua experiência e do seu objetivo em chegar à equipa principal da Oliveirense e de contribuir para as vitórias da equipa na II Liga. Por agora, o jovem já se estreou com a camisola unionista, mas ao serviço dos Sub-19, na 2ª Divisão Nacional. O internacional jovem tem como referência Shoya Nakajima, o japonês que passou pelo FC Porto. "Dizem que sou parecido com ele e tenho como referência o estilo de jogo dele, furar agilmente por baixo dos adversários, como ele fez em Portugal".
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Nagata vem da equipa de juniores do Yokohama FC e chega à Oliveirense a título de empréstimo daquele emblema com quem assinou um contrato profissional e começou por revelar que sempre admirou a J-League (Liga Japonesa), mas não escondeu que o seu objetivo sempre foi jogar fora do Japão. "Estou determinado para ser bem-sucedido. Sei que existem muitas pessoas que falham, mas acredito que a coragem e a confiança são importantes para ter êxito e foi por isso que aceitei o desafio", explicou o médio, confiante de que os 158cm de altura e os 55 quilos de peso não serão impeditivos para vingar no mundo do futebol. "Entendo que é difícil ter sucesso internacionalmente sendo pequeno, então preciso trabalhar duro para conseguir isso. Terei de tentar ser o melhor de mundo na arte de furar agilmente por baixo os jogadores maiores, caso contrário não poderei permanecer. Será essa a minha arma, por isso acho que posso dizer com confiança que sou capaz de o fazer".
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Comparando o futebol nipónico com o europeu, o jovem destaca a "intensidade" como a grande diferença. "No futebol europeu, os jogadores, em vez de usarem os passes de bola para avançarem, usam a sua "individualidade" e os dribles para progredir no terreno, por isso acho importante habituar-me a esse estilo de futebol", acrescentou Kotaro Nagata, que encara a sua passagem pela Oliveirense como um "desafio" e não esconde que quer chegar "ao topo". "O meu objetivo também será começar por ir atrás de clubes como o Benfica ou o FC Porto. A partir daí, o meu objetivo será jogar na Liga dos Campeões, pelo que gostaria de seguir para os grandes clubes internacionais", referiu o médio.
Por enquanto na Oliveirense, o internacional pelas equipas jovens do Japão quer chegar à equipa principal e contribuir para as vitórias da formação de Fábio Pereira na II Liga. "Não estabeleci nenhum número específico para número de golos, mas quando entrar num jogo, quero ser capaz de desempenhar um papel ativo e acima de tudo ajudar a equipa", disse o jogador.
"Falta a panela elétrica para cozer arroz"
A nova experiência em termos futebolísticos trouxe também outro desafio na vida pessoal de Kotaro Nagata, que pela primeira vez está a viver sozinho e não tem a sua mãe presente para lhe confecionar as refeições. "Sou eu que cozinho as minhas refeições. Acho que estou a sair-me bem porque estou a cozinhar pensando também nos aspetos nutritivos à minha maneira. Ainda não comprei uma panela elétrica para cozer arroz, por isso tenho cozinhado massa numa panela normal. A minha especialidade é a carbonara, que faço frequentemente", contou o jovem.
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A referência Kazu Miura
Kotaro Nagata é o segundo jogador oriundo do Japão a chegar à equipa comandada por Fábio Pereira. O jovem de 18 anos admite que a presença da lenda nipónica Kazu Miura no emblema de Oliveira de Azeméis, bem como de outros japoneses no staff unionista, lhe deu mais confiança para aceitar a vinda para a Oliveirense. Nos treinos, o "veterano" japonês - o jogador mais velho a atuar nas ligas profissionais portuguesas - é uma inspiração para Nagata. "Miura é quem mais se prepara antes do treino, e se ele faz, então alguém como eu, com 18 anos, não fazer nem se quer é uma opção para mim. Está a ser um bom estímulo e, sem dúvida, uma referência", reconheceu o jovem médio.