Paulo Sousa, Carlos Carvalhal e Vítor Pereira estiveram este sábado no último dia do Thinking Football, no Porto
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Os técnicos Paulo Sousa, Carlos Carvalhal e Vítor Pereira estiveram este sábado no Thinking Football, participando num painel moderado por Henrique Calisto, fundador da Associação Nacional de Treinadores de Futebol.
"Nós, treinadores portugueses, temos grande capacidade de nos adaptarmos aos vários contextos e países. É importante enfrentar outras realidades para crescermos como treinadores e também como pessoas", referiu Paulo Sousa, atualmente a treinar a Salernitana, da Serie A italiana.
"O futebol é mutante, há variantes às quais temos de estar constantemente atentos. Não falo só de tecnologia, mas também de sistema de jogos. Os treinadores roubam ideias, mas depois temos de as saber aplicar", explicou.
Já Carlos Carvalhal, atualmente sem clube depois da passagem pelos espanhóis do Celta de Vigo, considerou que os treinadores portugueses apresentam uma característica muito própria: a partilha. "O nosso microambiente dentro do futebol, com os jovens treinadores, com os mais velhos, há muita partilha, ao contrário do que me apercebo na maior parte dos países. O treinador português está sempre a atualizar-se. A isto alia-se um traço muito genuíno português de conquista do mundo".
"Tive a felicidade de ter sempre boas equipas técnicas. Trago sempre um treinador da formação e a cada ciclo as coisas mudam muito. Eles fazem-nos uma reciclagem permanente de coisas que não fazíamos há quatro anos", explicou ainda Carvalhal.
Por seu turno, Vítor Pereira destacou o papel da formação na sua carreira enquanto treinador. "O grande laboratório da minha vida foi na formação. Fazia asneiras e não havia problema. Voltava e corrigia, inventava, isso dava uma bagagem muito grande. Os clubes destes países por onde têm andado investem muito em jogadores e treinadores, mas não investem nas academias, nem nos treinadores de formação".
"Liderar na China não é a mesma coisa de liderar na Arábia Saudita ou em Portugal. A liderança tem muito que ver com a capacidade de chegar e tirar o melhor daquilo que temos. Há vezes que conseguimos, outras que não. Há coisas que resultam num determinado clube e acreditamos que chegámos a um determinado nível que aquilo vai resultar com outros jogadores noutro sítio. Às vezes as coisas não se alinham", concluiu.
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