O frente a frente entre Taremi e Darwin, "armas" que até podiam ter feito dupla
Taremi "mata" com golos, Darwin fere com assistências. Clássico desta noite coloca frente a frente dois atacantes que podiam ter sido parceiros.
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Pelo que têm produzido ou pelo momento de forma que atravessam, é em Taremi e em Darwin que recaem boa parte da esperança dos adeptos de FC Porto e Benfica para decidirem o clássico desta sexta-feira, no Dragão, e, com isso, manterem o Sporting, no mínimo, a quatro pontos de distância.
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Dois avançados diferentes no estilo, bem espelhado na forma como têm aniquilado os adversários: o portista é visto como um finalizador por quem conhece a posição como ninguém e "mata" com golos (seis); o benfiquista é descrito como um trabalhador, que tem feito das assistências (sete) a maior arma. Duas formas de impactar os jogos que até poderiam ter "casado" na mesma equipa, porque as águias estiveram interessadas no iraniano durante o defeso, mas os dragões foram mais convincentes e, por isso, é como adversários que se encontrarão novamente esta noite.
Se os estilos conduzem para um lado mais subjetivo do jogo, os números costumam ser cristalinos na hora de analisar o rendimento de cada um. E os recolhidos pelo portal "Wyscout" referentes apenas ao campeonato [ver infografia] não deixam margem para grandes dúvidas: Taremi (5M€) tem sido superior em praticamente todos os parâmetros associados a um avançado, tendo custado quase cinco vezes menos do que Darwin (24M€). O portista fez mais golos (seis), até por rematar mais (lidera a competição na capítulo) e ser mais eficaz (25%), ganha mais duelos ofensivos, perde menos bolas e produz mais no processo defensivo (interceções e recuperações de bola). O benfiquista sai por cima, essencialmente, na quantidade de assistências (sete), nos passes para remate, na média e na eficácia de drible e também nos cruzamentos.
Avaliações diferentes acabam na mesma nota
Apesar desta diferença, Hugo Almeida e João Tomás, avançados que envergaram a camisola da Seleção Nacional e que a dada altura das carreiras representaram FC Porto e Benfica, respetivamente, consideram que o iraniano e o uruguaio estão num patamar muito idêntico. "O Taremi é muito oportunista e tem uma capacidade de finalização fortíssima. O Darwin procura mais o espaço e, por isso, acaba por ser mais vezes o assistente do que o finalizador", sustenta Tomás, enquanto Almeida destaca "o trabalho entre linhas" do portista, que permite "libertar elementos como Corona, Otávio ou Marega".
"Mesmo assim consegue passar muito tempo na área. Por isso é que é quem mais remata", opina, antes de concentrar a análise no benfiquista. "Gosta muito de vir buscar o jogo mais atrás, ou seja, trabalha de trás para a frente e consegue fazer bons passes para os companheiros", refere Almeida, que, tal como Tomás, foi convidado por O JOGO para avaliar algumas características dos dois avançados. Apesar de divergirem em alguns aspetos, o resultado com que Taremi e Darwin terminaram este exercício foi exatamente o mesmo: 7,9. É caso para dizer, podem escolher o veneno que preferirem... Na Supertaça, Taremi ganhou o duelo. Hoje há novo "round".