Sem público nas bancadas e às 14h30 de um sábado. É assim que o FC Porto vai encarar a próxima eliminatória da Taça de Portugal num terreno do Fabril que vai ser melhorado por vontade do clube.
Corpo do artigo
Fabril e FC Porto vão defrontar-se na terceira eliminatória da Taça de Portugal e o jogo começará a uma hora nada habitual para o campeão nacional e detentor do troféu. O Estádio Alfredo da Silva vai receber os dragões às 14h30 de sábado, 21 de novembro, e já com um relvado em melhores condições.
A formação do Barreiro decidiu restaurar o tapete verde do recinto, não por exigência dos azuis e brancos, mas porque assim já estava definido, explica o presidente do clube que milita no Campeonato de Portugal. Faustino Mestre desfaz-se em elogios aos dirigentes do conjunto nortenho - que cede a sua parte das receitas relativas à transmissão televisiva - pela "atitude" e "humildade" que tiveram durante a discussão dos pormenores relativos ao encontro.
"O FC Porto não exigiu nada. Houve uma reunião na segunda-feira entre a Federação e os clubes e o FC Porto teve uma atitude que só temos de agradecer. Entendeu que era a maneira de ajudar os clubes com dificuldades, como nós, oferecendo as receitas de transmissão televisiva. Os grandes veem-se nas atitudes e o FC Porto teve uma postura corretíssima ao ceder a sua parte", disse a O JOGO, explicando que a turma de Setúbal é que fez algumas exigências.
"Já estava definido que íamos melhorar o relvado e o Fabril é que fez exigências. Exigimos que o jogo fosse a um sábado e que jogássemos com as camisolas tradicionais. O FC Porto teve um comportamento tão digno que nós é que parecíamos o clube grande", atirou.
O Fabril recebe um dos maiores de Portugal, mas a festa da Taça não se poderá desenrolar da mesma forma, visto que as bancadas vão estar despidas e o líder daquele emblema critica a decisão. "Este Governo está a arranjar maneira de matar o futebol. Só temos um presidente que se manifesta publicamente... Uns estão encostados, outros andam cá há pouco tempo e mais ninguém pia. O nosso estádio tem capacidade para 22 mil pessoas, qual é o problema em ter quatro ou cinco mil nas bancadas? Acabem de uma vez por todas com o futebol. O Secretário de Estado do Desporto ainda existe? Ele tem que dar explicações. Porque é que não pode haver público no futebol?".
Seja como for, a ausência de adeptos não ofusca a vontade e o sonho do Fabril, que tem no "seu caráter e união do balneário" os ingredientes para tentar uma surpresa. "Sabemos a nossa realidade, vamos defrontar profissionais e nós vamos trabalhar e estudar no dia anterior ao jogo. Mas os jogadores vão dar tudo até ao último segundo e o FC Porto vai ter de suar", remata Faustino Mestre.