Antigo jogador do Sporting atribui favoritismo ao FC Porto, identifica o ponto fraco do Feyenoord e aconselha a formação azul e branca a jogar rápido e ao primeiro toque.
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Quanto "vale" o Feyenoord que, amanhã, quinta-feira, recebe o FC Porto na segunda jornada da Liga Europa? O JOGO procurou a ajuda de Stan Valckx, antigo central holandês que atuou no Sporting entre 1992 e 1994, e que considera os dragões superiores e até explica como a equipa de Sérgio Conceição pode explorar as fragilidades do atual sexto classificado do campeonato da Holanda.
"As exibições do Feyenoord têm sido tão más que os adeptos andam com pouca paciência e assobiam rapidamente a equipa"
"O FC Porto é claramente favorito", atira sem rodeios. "O ambiente no estádio é sempre muito complicado, mas as exibições do Feyenoord têm sido tão más que os adeptos andam com pouca paciência e assobiam rapidamente a equipa. Se o FC Porto conseguir enervá-los, tenho a certeza de que o Feyenoord vai levar com a impaciência dos adeptos, que vão criar muita pressão sobre a própria equipa e o FC Porto pode tirar partido disso", explica.
O adversário dos portistas até goleou na última jornada, 5-1 ao Twente, mas isso não altera o pensamento de Valckx. "O Feyenoord tem muitos problemas, houve muitas mudanças na equipa e o coletivo ainda não funciona em condições, estão com muitas dificuldades. O treinador também mudou, agora é o Jaap Stam, que ainda não encontrou forma de os pôr a jogar. A exceção foi esse jogo com o Twente em que fizeram a melhor exibição da temporada até ao momento, mas o FC Porto é claramente favorito", insiste o ex-internacional holandês.
"Com avançados rápidos e futebol ao primeiro toque, que explore a profundidade, vão sofrer muito. Ainda por cima contra uma equipa do FC Porto habituada a jogar a Champions"
Em oito jornadas, os holandeses contam 13 golos sofridos (mais cinco na Europa), o que dá uma boa ideia de onde está o "calcanhar de Aquiles" desta equipa. "Tem muitos problemas a defender. O sector é lento, os centrais então são bastante lentos mesmo. Com avançados rápidos e futebol ao primeiro toque, que explore a profundidade, vão sofrer muito. Ainda por cima contra uma equipa do FC Porto habituada a jogar a Champions", aponta, como que fazendo uma radiografia ao ataque portista.
Por tudo isso, Valckx relativizou a vantagem teórica do Feyenoord a jogar na "Banheira" de Roterdão. "É claro que terão essa vantagem, mas só se forem capazes de jogar em condições, mas a experiência europeia do FC Porto vai equilibrar as coisas. Dependerá sempre do Feyenoord conseguir, ou não, impor o seu futebol, mas tenho a certeza de que o FC Porto estudou bem a situação e vai meter "muitos paus nas rodas deles"", brinca.
Foram oito as contratações dos holandeses no mercado de verão. Gastaram apenas 7,3 milhões de euros, sendo que 7 milhões foram para pagar o argentino Senesi. O português Edgar Ié está emprestado pelo Trabzonspor
Se vencerem, os azuis e brancos estarão bem lançados para garantir o primeiro lugar no final da fase de grupos. "Penso que há poucas dúvidas de que o FC Porto é o principal favorito ao primeiro lugar. Todas as outras equipas estão bastante abaixo. E para ganhar a Liga Europa é certamente um dos mais sérios candidatos. Ainda não vi a equipa este ano, mas já sabemos que é sempre muito forte", conclui o antigo central do Sporting.
Futebol resultadista tem vencido jogo mais "bonito da Holanda"
Para Stan Valckx o jogo de amanhã, quinta-feira, não será um choque de culturas, mas certamente um confronto entre filosofias distintas no que ao futebol diz respeito. E os clubes portugueses têm levado a melhor sobre os emblemas dos Países Baixos.
"Ganham 80 por cento dos jogos contra as equipas holandesas porque têm mais dinheiro para se construírem e porque jogam mais para o resultado. Na Holanda procura-se o futebol bonito, mas isso nem sempre é vantajoso, porque às vezes é preciso jogar mais feio para se ganhar. No fundo, é sempre isso que interessa e mais ainda nas competições europeias. Juntar as duas coisas é o ideal, mas o Feyenoord está muito longe de o conseguir", considera.