O portista é mais fantasista e defende melhor, o benfiquista vale 44 por cento dos golos da equipa encarnada.
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Jogam na direita do ataque, são duas das principais figuras de FC Porto e Benfica, ninguém joga tanto como eles (50 desafios) e até têm repartido algum espaço de discussão entre adeptos na eleição para melhor futebolista deste campeonato, com outros jogadores à mistura, como Alex Telles.
Falamos, pois claro, de Corona e Pizzi e de uma influência enorme nas duas equipas, que O JOGO mediu com recurso aos números dos jogos já disputados pela dupla.
Corona tem sido uma espécie de faz tudo na equipa de Sérgio Conceição. Além de médio/extremo-direito, também já foi extremo-esquerdo, segundo avançado ou lateral-direito. Na verdade, jogou atrás nos dois clássicos com as águias desta temporada e prepara-se para ser extremo. Nas contas, excluímos, no entanto, os números dos jogos em que jogou mais recuado. Na comparação pura e dura, não faria sentido de outra forma. Em resumo, a estatística diz-nos que Pizzi é mais decisivo, Corona mais completo, essencialmente porque reparte os itens com vantagem por diferentes índices do jogo. Pizzi sai por cima em alguns, como o número de passes feitos, que até dizem mais da forma como a própria equipa joga do que sobre o jogador. Ainda assim, o equilíbrio é grande.
Se ambos estão empatados no número de jogos (50), embora Corona tenha mais 30 minutos nas pernas, Pizzi dá goleada no número de golos (30 contra quatro). O que os distingue é o número de assistências, visto que Corona tem mais um passe para golo. Pizzi não só é mais decisivo que o Tecatito como tem uma influência brutal nos golos do Benfica: participou em 47 dos 108 apontados esta temporada, em todas as competições, o que dá um peso de 44 por cento, enquanto Corona tem contribuição direta em 22 dos 113 golos marcados pelo FC Porto, o que equivale a 20 por cento da produção ofensiva azul e branca. O médio encarnado tem mais ações totais por partida e uma maior percentagem de duelos ganhos (47,1 por cento contra 42,9). No entanto, Corona está mais exposto ao contacto físico (25,9 duelos face a 16,1).
Nos índices ofensivos, Pizzi remata mais vezes a cada 90 minutos, coloca mais os colegas em posição de carreira de tiro, só que Corona cruza em maior quantidade e com acerto: 3,8 cruzamentos por partida e uma eficácia de 46,4 por cento. Depois, há outro aspeto onde Corona arrasa: na fantasia, leia-se, no drible, pois faz cerca de nove fintas por jogo contra mais de três do que Pizzi, que joga mais pelo seguro e, por isso, também perde menos bolas. Há muitos outros dados para conferir.
Corona sem par quando joga à defesa
Jesús Corona fez vários jogos como lateral-direito e talvez por isso tenha números defensivos bastante melhores do que Pizzi. O português só ganha nos duelos defensivos (54,5 por cento contra 50,6 por cento). De resto, Corona interceta mais bolas e recupera o esférico mais vezes no meio campo adversário e tem uma maior eficácia dos duelos aéreos.
Mesmo que Pizzi seja mais decisivo, Corona tem mais motivos para estar satisfeito. Afinal, festejou o título de campeão nacional e chega a esta final no melhor momento da carreira, assumido pelo próprio, pelo empresário e até pelo colega Alex Telles, outro dos nomes que se fala para MVP do campeonato findo. O lateral preferiu "entregar" a distinção ao colega...