O emocionado relato do empresário de Alex Apolinário: "Chorei abraçado ao meu filho"
O jogador brasileiro Alex Apolinário caiu inanimado, ao minuto 27 do jogo, quando se deslocava no campo do Complexo Desportivo do Futebol Clube de Alverca, sem que estivesse a disputar qualquer lance.
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O jogador do Alverca Alex Apolinário sofreu uma paragem cardiorrespiratória, sendo reanimado já dentro da ambulância, antes de ser transportado para o Hospital Distrital de Vila Franca de Xira. O médio brasileiro, que caiu inanimado durante o jogo entre o Alverca e o União de Almeirim, do Campeonato de Portugal, foi estabilizado e posteriormente transportado para o hospital, onde ainda se encontra.
Entre as pessoas que estavam no estádio, estava o empresário do jogador, Bruno Bello Vicintin. Numa longa publicação na rede social Instagram o antigo vice-presidente do Cruzeiro contou na primeira pessoa o que viveu naquela manhã de domingo: "Estávamos assistindo a partida eu, meu filho Massimiliano de 11 anos, o Arthur e mais dois funcionários do clube. Por volta dos 27 minutos do primeiro tempo, ao sair do banheiro, escutei uma gritaria. Parecia que alguém se tinha machucado e o árbitro tinha mandado o jogo seguir. Houve um princípio de discussão entre os jogadores, que naqueles momentos iniciais não entenderam o que estava acontecendo", começou por recordar.
Vicintin contou depois os momentos seguintes: "O desfibrilador não é um equipamento obrigatório aqui em Portugal na CNS, estava no banco de suplentes com o André e os primeiros socorros foram muito rápidos. Alex teve duas paragens cardíacas no campo e foi reanimado pelo André e pelo Renato com o equipamento", referiu.
"Dentro de campo o choque tomou conta de todos e muitas pessoas da cidade começaram a dirigir-se ao estádio. O bombeiro primeiro saiu da ambulância dando a notícia que não estavam conseguindo reanimar ele, para o desespero de todos. Porém alguns, poucos, minutos depois saiu novamente, dizendo que tinham conseguido estabilizar o quadro", contou ainda.
Publicação na íntegra
"Vou tentar escrever um pouco do que se passou hoje aqui em Alverca. O jogo ocorria normal, de portões fechados. Estávamos assistindo a partida eu, meu filho Massimiliano de 11 anos, o Arthur e mais dois funcionários do clube. Por volta dos 27 minutos do primeiro tempo saindo do banheiro escutei uma gritaria. Parecia que alguém se tinha machucado e o árbitro tinha mandado o jogo seguir. Houve um princípio de discussão entre os jogadores que naqueles momentos iniciais não entenderam o que estava acontecendo.
Quando vi o Alex estava caído no centro do campo e as equipas médicas dos clubes corriam para socorrer. Neste momento o Arthur gritou ao Fernando Orge presidente do clube, para ligar aos bombeiros e chamar uma ambulância. Da arquibancada vi o nosso fisioterapeuta André fazer massagem cardíaca no Alex e vi que ele tinha tomado o primeiro choque do desfibrilador. Neste momento, em choque, todos começaram a entender o que estava acontecendo e o desespero tomou conta de atletas e equipas técnicas das duas equipas. Nunca ninguém imaginou passar por isto.
O desfibrilador não é um equipamento obrigatório aqui em Portugal na CNS, ele estava no banco de reservas com o André e os primeiros socorros foram muito rápidos. Alex teve duas paradas cardíacas no campo e foi reanimado pelo André e pelo Renato com o equipamento. Um bombeiro torcedor do clube que assistia o jogo em um bar também entrou correndo no estádio para ajudar nos primeiros socorros. A ambulância dos bombeiros de Alverca chegou em menos de 5 minutos e depois mais duas ambulâncias chegaram. O Alex foi colocado dentro da mesma e no meio do campo foi reanimado mais duas vezes. Como pelo protocolo médico aqui de Portugal a ambulância só sai com o paciente estabilizado ninguém sabia o que estava ocorrendo dentro da mesma. Dentro de campo o choque tomou conta de todos e muitas pessoas da cidade começaram a dirigir-se ao estádio. O bombeiro primeiro saiu da ambulância dando a notícia que não estavam conseguindo reanimar ele para o desespero de todos porém alguns poucos minutos depois saiu novamente falando que tinham conseguido estabilizar o quadro.
Foi uma comoção geral aonde todos aplaudindo e chorando de emoção. Alex está sedado, entubado e estabilizado no hospital de Vila Franca de Xira aonde passa a noite. Ele só não faleceu no meio do campo graças ao André e sua equipa bem treinada e equipada, aos bombeiros e a equipa médica que chegaram muito rápido. Eu já tinha lido sobre casos assim, de mal súbito mas ver ao vivo com alguém tão próximo é inexplicável é aterrorizante. Chorei abraçado com meu filho na arquibancada achando que tínhamos perdido ele. Agora nos resta orar, dar apoio a família e torcer para que ele se recupere o mais rápido possível. Continuo em corrente de oração já que as próximas horas são chaves."