Pedro Hipólito cumpre na sexta-feira um ano ao leme dos alentejanos. Início fulgurante de época é fruto de preparação atempada
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Cinco vitórias e um empate, 12 golos marcados e três sofridos são os números que dão colorido ao imponente arranque de O Elvas, líder da série C do Campeonato de Portugal. Pedro Hipólito assumiu o comando dos alentejanos faz um ano na sexta-feira. A ideia de construir um projeto sustentado saltou para o estirador a partir dessa data e está a dar frutos. “Entrei n’O Elvas a 11 de outubro e a partir daí começámos a projetar uma equipa forte. Fizemos um atempado planeamento da pré-época para que isto pudesse acontecer”, explica a O JOGO. Prestes a completar uma volta ao sol em Elvas, Hipólito faz um “balanço muito positivo”. “Atingimos uma marca histórica com a primeira permanência no Campeonato de Portugal. Estamos a fazer um excelente arranque, mas é só mesmo isso. O início nada significa se não tiver consequência no futuro”, alerta.
Alicerçado numa SAD que quer colocar o interior alentejano no mapa, o treinador elogia as condições e a qualidade do plantel. “A SAD é nova e tem pouco tempo de trabalho. Está a organizar todos os departamentos do clube e isso tem de ser acompanhado por uma equipa que consiga trazer vitórias. Dão todo o suporte para desenvolvermos o nosso trabalho diariamente e no balneário encontrei jogadores formidáveis, que formam um grupo fantástico e trabalham com grande empenho todos os dias”, valoriza.
Como treinador, o antigo médio já passou por Atlético, Joane e Ribeirão, entre outros, e apesar de nunca ter emigrado enquanto futebolista, como técnico já trabalhou na Islândia, Dinamarca e Malásia. “Fui a uma série de entrevistas e acabei por ser escolhido para os diferentes projetos. Conheci outros estilos, realidades e culturas que me fizeram crescer muito”, expõe, recordando o frio glaciar da Islândia e o calor tropical da Malásia. “Na Islândia é seis meses de dia e seis meses de noite. Em junho, julho e agosto quase nunca escurece, nos três meses de inverno temos uma hora a hora e meia de luz solar, a correr bem. A Malásia é diferente, os asiáticos têm uma paixão enorme pelo futebol. Há dificuldades distintas, como dias com níveis de humidade bastante altos”, exemplifica.
Aos 46 anos, Hipólito não pensa muito além na carreira. Preocupa-o, acima de tudo, ajudar O Elvas. “Este projeto é o meu grande objetivo. O que o futuro trouxer, trará”, termina.