O único portista que esteve em todos os jogos do ano civil foi também quem mais jogou na Europa dos grandes.
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Já muito se disse sobre a época de Mbemba e mais ainda sobre a forma como o jogador conseguiu aguentar 2018/19 na sombra de Felipe, Éder Militão e Pepe sem desanimar. Ainda assim, não tendo começado 2019/20 como titular do FC Porto, é com surpresa que chega à paragem ditada pela pandemia como o jogador mais utilizado no último ciclo de jogos sem paragens, aquele que começou no início do ano civil de 2020.
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Mais do que ser o único portista que participou em todos os 17 desafios do exigente calendário dos dragões, o congolês foi também quem mais jogou nos principais seis campeonatos europeus. E isso é um feito suplementar para quem não era sequer titular numa equipa desde 2015/16...
Mbemba teve sempre a confiança de Sérgio Conceição, mas resistiu enquanto esperava por um lugar. Apesar de só ter disputado seis desafios na época passada, o treinador fixou-o como indispensável, pois tinha planos para o momento da partida de Felipe e Militão. Chegou também Marcano, é verdade, mas Mbemba subiu ao terceiro lugar da hierarquia, com a vantagem acumulada de saber fazer de lateral-direito e médio-defensivo. Foi de forma improvisada que reforçou a convicção do treinador no seu valor e assumiu o lugar de Pepe logo no primeiro jogo de 2020, contra o Sporting, quando este se lesionou ainda na primeira parte. Depois manteve-se no onze mesmo após o regresso do internacional português. Só não foi titular com o Benfica, mas acabaria por entrar a tempo de fazer o pleno: 17 jogos em 17 possíveis, 15 deles completos. No Dragão não há ninguém assim. Na I Liga muito menos (ver infografia) e nem nos campeonatos de Espanha, França, Alemanha, Inglaterra ou Itália.
Aliás, só mesmo em França a densidade competitiva foi idêntica à portuguesa. O PSG e o Lyon foram os clubes que mais jogaram, mas os seus treinadores rodaram mais do que Conceição.
Regresso de Pepe ameaça recorde absoluto
Voltando a Mbemba, o regresso da Liga traz um desafio difícil: segurar o lugar perante a ameaça de Pepe. Antes da paragem, o congolês estava a jogar e o internacional português tinha de esperar. Entretanto passaram mais de dois meses e ambos estão a um nível idêntico de forma. Certo é que Mbemba está bem lançado para bater o recorde de carreira. Como dissemos, desde 2015/16 que não era habitual titular num clube (na altura isso aconteceu no Newcastle). E o recorde de jogos data de 2013/14, então no Anderlecht, da Bélgica. Foram 40 desafios. Agora tem 32 e há mais onze até às férias.f