"O convite do FC Porto surgiu na altura do Trofense, mas quando falaram comigo..."
Rui Ferreira, jogador do Amarante, garantiu a primeira vitória na fase de subida, em S. João de Ver, e mantém acesa a esperança de chegar à Liga 3
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Marcar golos não é o forte de Rui Ferreira, lateral-esquerdo de 22 anos que tem estado em bom plano no candidato Amarante. Porém, o canhoto foi o herói no domingo passado, ao dar a primeira vitória aos amarantinos na fase de subida do CdP, por 1-0, em São João de Ver. “A vitória era muito importante. Se empatássemos, ainda poderíamos acreditar [na subida], mas perder dificultaria muito as coisas. Tivemos um excelente desempenho na primeira fase e precisávamos de uma vitória que nos colocasse lá em cima, a confiar e a sonhar que é possível subir à Liga 3 e ir à final do CdP, no Jamor”, afirma, aludindo à subida ao quarto lugar, com os mesmos pontos que o S. João de Ver e a três do líder Limianos.
Lateral-esquerdo aproveitou uma bola perdida fora da área para disparar um remate certeiro, tão bonito quanto importante. Começa a afirmar-se como sénior, depois de passar por boas escolas.
Ora, ter sido um defesa a proporcionar a estreia a ganhar na etapa de promoção saiu de um golpe de inspiração. “Estávamos numa fase muito importante do jogo. Houve um cruzamento da direita, o central deles cortou a bola e apareci fora da área, acreditei e saquei um coelho da cartola. Foi o golo mais bonito que marquei na minha carreira”, relata. Natural da Trofa, Rui começou pelo futsal, aos oito anos. Os treinadores achavam que “tinha talento” e mudou-se para o desporto-rei aos dez anos. Nos sub-15, transferiu-se para o V. Guimarães, apesar do interesse do FC Porto, passo que se confirmou um ano depois.
“O convite do FC Porto surgiu na altura do Trofense, mas quando falaram comigo já tinha assinado pelo Vitória. Sendo eu portista, sempre quis lá jogar. O ano no Vitória correu bem, fui chamado às seleções jovens e, depois, aceitei ir para o FC Porto”, recorda. Partilhou o balneário com Francisco Conceição e Bernardo Folha, entre outros, mas em júnior resolveu sair. “Tinham conquistado a Youth League e, sendo eu júnior de primeiro ano, sabia que o meu espaço ia ser reduzido. Por isso fui para o Famalicão, para ter mais minutos de jogo”, justifica.
O percurso sénior começou no Mirandela e em 2022/23 esteve meia temporada no United Riccione (Itália), da Serie D. “Apresentaram-me um contrato financeiramente vantajoso. O objetivo era ir para um clube onde me pudesse destacar e chegar mais acima, mas as coisas não correram bem e foi uma experiência difícil. Não estava preparado para uma mudança tão grande e decidi voltar”, conclui.
No Tâmega tem “estabilidade”
O Amarante, da região do Tâmega e Sousa, deu a Rui Ferreira a “estabilidade” que o jogador procurava para se afirmar. “São muito organizados, a Direção não nos falta com nada e estão sempre preocupados com o jogador. O clube beneficia desta organização e vir para o Amarante foi sem dúvida a melhor decisão que podia ter tomado para a minha carreira”, elogia o lateral-esquerdo.