
Miguel Angelo Pereira
Guarda-redes dos leões deu entrevista à Sporting TV
De regresso ao Sporting desde o início desta temporada, o guarda-redes lembra os primeiros tempos como jogador de futebol e relata um episódio curioso que marcou o dia em que foi escolhido para vestir de leão ao peito. "Jogava noPonte de Frielas e perdemos 11-2, salvo erro, com o Sporting. Estava um dia de Sol e trouxeram-me um chapéu do Benfica, mas não tinha nada a ver comigo e lancei o chapéu para o lado da baliza e joguei sem chapéu. Fiz um jogo muito bom, apesar do resultado. Defendi dois ou três penáltis. No final do jogo o mister Aurélio Pereira falou com os meus pais porque via alguma coisa em mim. Queria levar-me para treinar no Sporting. O meu pai estava algo renitente, muito por causa da escola. Foi o Sr. Aurélio Pereira que me levou. Fico-lhe eternamente grato", declarou em entrevista à Sporting TV.
Beto Pimparel revela ainda que nos primeiros treinos, estar à baliza era a última coisa em que pensava e que Vítor Oliveira o "recuperou" quando já pensava em deixar o futebol. "No meu primeiro treino jogava em todo o lado, menos à baliza. O meu treinador mandou-me para a baliza. Era gordinho, não me conseguia mexer, mas tentei. Desfrutei tanto logo no primeiro dia, à chuva, com muita lama. Apaixonei-me de tal maneira pela baliza que nunca mais quis sair. O guarda-redes é, na minha perspetiva, o elemento mais importante no início de qualquer jogo. Não pode haver jogo sem guarda-redes Muitas vezes só somos lembrados quando há erros. Estamos no limiar de sermos um heróis, mas também o culpado de tudo o que acontece de mau numa equipa. Não podemos falhar. Atrás de ti não existe ninguém. Podes salvar cinco golos, mas se erras num, ficas marcado.
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Sobre a fase má na carreira, Beto lembra o período a seguir a ter deixar o Sporting. "Pensei em deixar de jogar aos 19 anos. Saí do Sporting de uma maneira que não esperava, fui emprestado ao Chaves. Foi complicado para mim. Era a primeira vez que saía de Lisboa, mas encarei tudo como um grande desafio. Mas joguei muito e não recebia. Fiquei à espera do Sporting, mas ninguém falou comigo até ao final do contrato. Depois fui para o Marco. Recuperei a alegrei de jogar, mesmo na 2ª divisão, mas voltei a ter problemas de salários. Os meus pais tiveram de me ajudar e, nessa altura, pensei tentar outro caminho para ser independente. O futebol não me estava a dar para viver, mas o meu pai não me deixou desistir, disse-me que me ajudava para jogar e ter oportunidade para lutar pelo meu sonho. Depois conheci Vítor Oliveira. Perdi 5-0 contra o Leixões, já no final da época, mas fiz uma grande exibição e no final do jogo ele falou comigo. No final da época fui para o Leixões
Voltei a sentir-me querido. Era pretendido por vários clubes na altura."
