Lelo já trazia méritos de encomendas precisas e brindou a Pedreira com o seu poder decisivo, na busca de colegas ante o Tondela
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Leonardo Lelo não perdoou na primeira chamada ao onze, fabricando uma entrada perfeita no campeonato, entregando dois presentes e reduzindo os planos intrusos do Tondela. Com um requinte que já lhe era reconhecido dos anos vividos no Casa Pia, o lateral-esquerdo foi figura do Braga, acendendo um luz para ganhar conforto no arrojado desenho tático de Carlos Vicens, que tem roubado protagonismo a homens de maior raiz pelos corredores. Lelo foi o primeiro reforço conhecido para 2025/26, não se conhecia ainda a escolha do técnico espanhol, pelo que foi aposta sem o tal aval protetor, começando também a época a enfrentar a concorrência interna de Chissumba, fortemente valorizado por Carvalhal.
Ainda não tinha figurado como titular de Vicens nos primeiros três jogos, mas o arranque na I Liga nessa condição transforma a reputação. Nini recorda os sacrifícios e ambição vincada do amigo.
Apesar destes cenários, Lelo chegou a Braga para dar andamento à carreira, ambicionando, ainda, ser um nome da Seleção. As assistências com que brindou Vítor Carvalho e Pau Víctor já servem de estímulo para uma temporada em grande estilo pelos guerreiros. Quem o conhece de muito menino é Nini, guarda-redes do Quarteira, que foi colega do defesa dos nove aos 11 anos, em três clubes diferentes: Marítimo Olhanense, Sporting de Faro e Olhanense. Mais tarde, reencontraram-se no histórico de Olhão nos sub-19. “Olho para ele com um respeito enorme pela subida a pulso, fruto da sua qualidade e muitos sacrifícios, que foi fazendo desde muito cedo. Teve sempre o seu jeito simples e humilde. Um atleta disponível para trabalhar sem nunca fazer cara feia. Tinha condições acima da média e soube prová-las. Começou de baixo e é ver onde chegou!”, conta Nini, percorrendo a infância e a amizade reforçada pelo futebol. “Já nos conhecíamos da escola, tínhamos boa relação e foi curioso jogarmos juntos, escolhidos pelas mesmas equipas. Em Olhão íamos juntos para os treinos”.
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O guarda-redes do Quarteirense olha, de longe, para o sucesso do seu conterrâneo algarvio, de quem teve “sempre as melhores expectativas”, ainda com muito para escalar, aos 25 anos. “Chegou a um grande do futebol português e, conhecendo-o como conheço, vejo nele a ambição de não querer ficar por aqui. Imagino a Seleção como um lugar à sua medida a breve prazo. Vamos ver como lhe corre esta época, no futebol o momento é que dita. Vou apoiá-lo muito, seja onde for, porque crescemos juntos”, observa Nini, também ciente do papel de carteiro de Lelo, preciso nas suas entregas: “Num Braga que passa mais tempo a atacar, vai aproveitar essa projeção ofensiva que sempre teve, já que começou como extremo. Vai ser um bom trunfo na frente. Já se viu”