Pierre Sagna, ex-jogador de Santa Clara, Moreirense e Belenenses, agora no U. Santarém, só vê uma diferença entre a Liga 3 e o escalão máximo
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Nascido no Senegal, Pierre Sagna mudou-se aos dez anos para França em busca de melhores condições de vida, tendo iniciado o seu percurso futebolístico no Valenciennes, rumando depois a Portugal, onde entrou pelas portas do Chaves (2011/12). No Moreirense ganhou uma Taça da Liga e cumpriu o sonho de se estrear na I Liga, prova que também disputou pelo Belenenses e Santa Clara. Na época passada ajudou o Alverca a subir à II Liga, tendo entretanto voltado à Liga 3 para defender as cores do União de Santarém.
Com quase uma volta completada no campeonato, o clube orientado por Carlos Fernandes segue na terceira posição, classificação que não espanta o lateral-direito, apesar de o clube ter começado mais tarde a construir o plantel. “Para já, estamos a trabalhar bem, temos uma equipa competitiva, a ideia da Direção e do treinador é trabalhar jogo a jogo para ficar nos quatro primeiros. Estamos dentro das expectativas. O objetivo não é subir à II Liga, ainda é muito cedo para falar nisso. Temos de continuar com a mesma humildade na segunda volta”, sublinhou Pierre Sagna a O JOGO, acrescentando que “para quem está de fora pode ser uma surpresa” o terceiro lugar. “Até por termos começado mais tarde a construir o plantel, mas tendo em conta a pré-época e a forma como trabalhamos, não é surpresa estarmos nesta posição, pois o grupo tem muita qualidade”.
O defesa explicou também que o regresso a Portugal deveu-se “a uma má experiência no Dijon [França]” na primeira metade da época passada. “Depois assinei por seis meses pelo Alverca, queria experimentar a Liga 3. Se corresse bem, continuava, mas não foi possível. A ideia da Direção devia ser apostar em jogadores mais jovens. Na altura, fiquei um bocado triste, mas segui outro caminho e não me arrependo de ter vindo para o U. Santarém”, contou o jogador de 34 anos. Nos ribatejanos, teve o apoio de dois antigos colegas. “Conhecia o guarda-redes Nuno Hidalgo, do Alverca, e ele falou-me muito bem do clube. Da equipa técnica conhecia o Tiago Caeiro, que jogou comigo no Belenenses. Os dois convenceram-me a assinar”.
Num plantel onde o central Jaime Simões, 35 anos, é o mais velho, Sagna tenta ajudar com a sua experiência. “O meu passado pode ajudar, mas sou apenas mais um em campo. O campeonato é competitivo, há muitos duelos, mas na I Liga os erros saem mais caros. A diferença para a Liga 3 é essa, porque em termos de intensidade é parecido”, avaliou.
Luis Díaz foi problema e Palhinha revelação
Desafiado a identificar o adversário mais difícil de enfrentar, Sagna não teve dúvidas: Luis Díaz. “Era um jogador que não parava de correr, ia para dentro e para fora sempre com muita velocidade”, recordou sobre o extremo colombiano ex-FC Porto, agora no Liverpool. Quanto a João Palhinha, do Bayern Munique, com quem jogou no Moreirense, foi o colega que “chegou mais longe” no futebol, tal como Podence e Reinildo, agora no Atlético Madrid.