Desaire na Grécia foi o 11.º do treinador na prova em 20 jogos disputados fora da Luz: 55,5% de derrotas
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Depois de dez participações consecutivas na fase de grupos da Champions, o Benfica caiu para a Liga Europa face à derrota na Grécia, ainda na terceira pré-eliminatória, e logo num ano em que as águias, com o regressado Jorge Jesus, muito apostavam na prova, tendo para isso investido 82 milhões de euros.
Jorge Jesus ambicionava chegar a altos voos na competição milionária e, para isso, o Benfica tinha investido 82 milhões de euros
O de novo técnico benfiquista não tem, contudo, uma relação fácil com a competição milionária, nomeadamente do que diz respeito às saídas de Portugal. Ao serviço do clube da Luz, Jesus cumpriu frente ao PAOK o seu 20.º desafio na prova, incluindo eliminatórias, tendo somado a sua 11.ª derrota. Ou seja, as deslocações na Liga dos Campeões são um autêntico calcanhar de Aquiles para o regressado técnico, que apresenta 55,5 por cento de desaires nessa condição.
No período em análise, desde 2010/11, só mesmo Bruno Lage, com uma amostra bem inferior, pois fez apenas três jogos, fruto de uma única participação, em 2019/20, tem um saldo pior longe da Luz.
Sem qualquer triunfo, tem um empate e duas derrotas (66,7 por cento). Já Rui Vitória, escolhido por Luís Filipe Vieira para suceder a Jesus em 2015/16, cumpriu 17 partidas na condição de visitante e caiu em nove, registo ligeiramente melhor do que o atual técnico benfiquista, pois perdeu 52,3 por cento dos embates disputados.
Jesus tem registo pior do que Rui Vitória e do que o rival Sérgio Conceição, que lidera o adversário na luta pelo título, mas compensa com maior apetência para a Liga Europa
Olhando ao contraponto, às vitórias, cenário ao qual o Benfica estava obrigado para poder continuar a aspirar a uma presença na fase de grupos na Liga dos Campeões, e ainda com o Krasnodar pelo meio (agora adversário do PAOK de Abel Ferreira no play-off), Jesus venceu apenas 15 por cento das partidas (três em 20), quase metade do que alcançou Rui Vitória: cinco em 17, o que equivale a 29,4 por cento.
Estendendo a comparação aos rivais - impossível no caso de Rúben Amorim, pois o treinador do Sporting apenas experimentou a Liga Europa -, Jesus fica também longe do desempenho apresentado por Sérgio Conceição.
Diferença: na Liga Europa, a performance é outra - em 19 jogos longe da Luz, o técnico somou nove vitórias
O antigo jogador de Jorge Jesus, que se sagrou campeão nacional na última temporada, situação que levou Vieira a apostar forte no regresso do treinador de 66 anos, fazendo-o abandonar o "paraíso" chamado Flamengo, tem quatro vitórias em dez jogos fora do Estádio do Dragão na Champions (40 por cento). Com mais três empates e outros tantos desaires, regista, assim, apenas uma taxa de 30 por cento de derrotas nas deslocações.
Reforçando, apesar da eliminação, que apontava a um "alto patamar" na prova milionária esta época, Jesus elevou assim a mira para a Liga Europa, competição na qual o técnico conduziu as águias a duas finais, em 2012/13 e 2013/14, mostrando outra performance fora de casa. Em 19 partidas pelo Benfica nesta situação, venceu nove (47,4 por cento de sucesso), empatando cinco e perdendo outras cinco.