Técnico do Lusitano de Évora, Pedro Russiano, começa a pensar no jogo dos oitavos da Taça de Portugal, na Pedreira, com o sonho de voltar a tombar um gigante. Ano começou com um triunfo
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O Lusitano de Évora arrancou 2025 da mesma forma que tinha terminado o ano anterior, a vencer, ganhando fôlego para o grande desafio que brevemente terá. Depois de ter eliminado três equipas dos dois escalões principais na Taça de Portugal - primeiro o Estoril, depois o Académico de Viseu e, por último, o Aves SAD -, os alentejanos preparam-se para defrontar um dos adversários que mais desejavam: o Braga.
A equipa comandada por Pedro Russiano, que já vai em cinco vitórias consecutivas, tem a melhor defesa do Campeonato de Portugal (cinco golos sofridos, em 13 jogos) e até já sonha com uma vitória no dia 15, na Pedreira. O técnico está, no entanto, ciente de que há um favorito claro nesse duelo. “O Braga é das equipas que mais queríamos, mas temos de ser realistas, porque é o favorito a ganhar a eliminatória e um dos candidatos a vencer o troféu. Sabemos que não passa um momento fácil em casa, mas, acima de tudo, tem um leque de jogadores que podem, a qualquer altura, alterar o seu momento de forma”, reforçou a O JOGO, antes ainda da recente vitória dos minhotos na Luz.
A experiência de João Moutinho, a presença de Bruma e “a capacidade acima da média” dos irmãos Ricardo e André Horta são, para Pedro Russiano, algumas das melhores armas ao dispor de Carlos Carvalhal. No entanto, o plantel do Lusitano também tem os seus trunfos, como Marcelo, Aleixo e Cassiano, jogadores “extremamente tecnicistas”, sobressaindo ainda “a coesão defensiva”. A chave do sucesso da equipa tem sido, acima de tudo, a união, a crença e, claro, a estratégia, que para a visita a Braga fica, para já, em segredo.
Na projeção do duelo dos oitavos de final, o timoneiro do clube do interior do Alentejo recorda os jogos anteriores na competição, dois dos quais em casa, no histórico Campo Estrela, que, graças ao apoio dos adeptos, foram especiais. Daqui para a frente, resume, o objetivo é “chegar o mais longe possível”.
“A primeira vez que jogámos, com o Académico de Viseu, toda a gente pensava que seria a nossa despedida da Taça, e passámos. Quando jogámos contra o Estoril, sendo uma equipa da I Liga, acharam que não tínhamos hipótese, e vencemos. Depois o Aves, que tinha mudado de treinador e apresentava-se com jogadores na máxima força. Também os superámos. Vamos desfrutar e fazer o que temos feito até aqui: jogar com o mesmo caráter e ambição de ganhar”, prometeu.
A título pessoal, Pedro Russiano manifesta a ambição de escalar os campeonatos nacionais com o Lusitano de Évora e, um dia, chegar à I Liga. “É o meu grande sonho. Se puder fazê-lo com o clube onde estou, melhor. Se não, vou fazer tudo para lá chegar, mas sem passar por cima de ninguém”, concluiu.
O primeiro a derrotar o amigo Rúben Amorim nos bancos
Pedro Russiano começou no futebol aos sete anos, nas camadas de formação do Benfica, e foi aí que conheceu Rúben Amorim. Em 2018, quando estava no Amora e Amorim no Casa Pia, tornou-se no primeiro a conseguir derrotá-lo, ainda que fossem precisos 93’. Entretanto, a Imprensa inglesa soube do feito e, na recente mudança do ex-leão para Inglaterra, aproveitou essa ligação para saber como é que as equipas da Premier League o podiam travar. Não conseguiram arrancar-lhe grande coisa, mas, mesmo assim, o certo é que alguns já ganharam ao português.
Treinador que ousou desafiar uma grande rivalidade
Antes de assumir os comandos do Lusitano, Pedro Russiano foi treinador do grande rival, o Juventude de Évora, ao serviço do qual também alcançou bons resultados. A mudança entre rivais nunca é fácil, mas o técnico prefere concentrar-se na parte desportiva. O Lusitano conseguiu ser um “clube de referência no Campeonato de Portugal” e os jogos no Campo Estrela, que fecha portas este ano, têm sido verdadeiras “despedidas de ouro”.