Desde que Rúben Amorim assumiu o comando, o Braga tornou-se menos permeável, sofrendo uma média de apenas 0,87 golos por jogo.
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Só ao oitavo jogo, sob o signo de Rúben Amorim, é que o Braga sofreu pela primeira vez mais do que um golo.
Aconteceu na Pedreira, contra o Gil Vicente, equipa que já demonstrou ser capaz de bater o pé a qualquer adversário, sejam eles grandes (já levou a melhor sobre o FC Porto e o Sporting) ou mais modestos, mas só depois de Bruno Viana ter sido expulso, com cartão vermelho direto, ainda no primeiro tempo, numa altura em que os arsenalistas se preparavam para gerir uma confortável vantagem de 2-0 no marcador.
Até aí assistira-se a um Braga impressionante em termos defensivos e, apesar de forçado a mudanças no eixo, o mais provável é que a equipa se apresente dentro dessa matriz na Luz, fechando bem todos os caminhos possíveis para a sua baliza e reagindo com celeridade à perda de bola, não sendo alheio a esse novo perfil de jogo a introdução do sistema de três centrais, a suportar um meio-campo tão consistente no miolo como elástico nas laterais, para onde migraram Esgaio e Sequeira.
O romantismo que acompanhava o futebol de ataque com Sá Pinto, que expunha demasiado a defesa e que levava a equipa a sofrer uma média de 1,2 golos por jogo, deu lugar a uma postura mais pragmática e, naturalmente, os bracarenses cresceram em termos defensivos, fazendo da sua baliza um alvo quase inacessível.
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Semelhante consistência foi, aliás, meio caminho andado para o Braga ter somado sete vitórias consecutivas, com uma média de apenas 0,87 golos sofridos por jogo, superiorizando-se por duas vezes a FC Porto (incluindo no Dragão, para o campeonato) e Sporting. Conquistou a Taça da Liga, reentrou em força na luta pelo terceiro lugar e nesta altura será uma das equipas mais bem preparadas para enfrentar o ataque mais produtivo do campeonato, pertencente ao Benfica (49 golos marcados em 20 jornadas).
O teste de fogo está marcado para amanhã na Luz, palco em que os minhotos raramente ganham (neste milénio, apenas venceram lá por 1-2 em 2014/15, para a Taça de Portugal) e só muito pontualmente empatam, e só os mais desatentos poderão imaginar que o Braga se apresentará fragilizado pelas ausências de Bruno Viana, devido a castigo, e de Tormena (lesionado), o defesa que melhor assimilou as novas mecânicas defensivas da equipa, por ter sido utilizado muitas vezes como lateral-direito durante a sua passagem pelo Portimonense. São, de facto, duas importantes peças na engrenagem do Braga, mas, em contrapartida, Rúben Amorim ainda tem Wallace (cedido pela Lázio) e já pode contar com Raúl Silva, o "xerife" dos arsenalistas, devolvido nesta semana pelo departamento médico do clube ao treinador com a garantia de que poderá ser utilizado sem qualquer risco.
O regresso do defesa brasileiro levanta, inclusivamente, dúvidas quanto aos restantes intérpretes do sector defensivo, não entrando já nesta equação Pablo Santos, emprestado ao Rubin Kazan. Enquanto durou a baixa de Raúl Silva, Amorim apostou em David Carmo, da equipa B, e no regresso de Bruno Wilson, que se encontrava no Tondela, pelo que poderá estudar mais do que uma combinação.