"Benfica não tinha dinheiro e Pinto da Costa disse: 'Menino, queres ir para o FC Porto?'"
Jorge Andrade revela como se transferiu para o FC Porto e conta a mudança fracassada para o Benfica
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Em entrevista a Júlia Pinheiro no programa Júlia, da SIC, Jorge Andrade abordou várias etapas da sua carreira de futebolista. Do karaoke com Chaínho, ao gosto pelas bolachas e à educação familiar que o fortaleceu e lhe deu uma base forte e estável ao sucesso no FC Porto, no Deportivo da Corunha e na Seleção Nacional.
O episódio da mudança do Estrela da Amadora para o FC Porto foi relatado ao pormenor: "Tinha assinado pelo Benfica e não consegui ir porque não tinham verbas para me contratar. Num dia aparece o Pinto da Costa em Cascais, numa casa... Supostamente era para ir para a Udinese, ou para outra equipa de fora, chego e vejo o presidente do FC Porto. Pergunta-me logo, foi a primeira pergunta: 'Menino, queres ir para o FC Porto?' E eu disse ' onde é que se assina?' Na altura tinha 22 anos. Já tinha o compromisso de casar e juntou-se o útil ao agradável, a nossa prenda, o grande prémio, foi ir para o FC Porto. Ali senti o que era o profissionalismo. No Estrela ia a pé para o treino, não tinha esse escudo na Amadora. Tive a sorte de que o treinador já tinha sido meu treinador, o Fernando Santos. No Estrela era mais exigente a nível físico, no FC Porto a nível tático e de performance. Aí deixei de comer tanta bolacha. O FC Porto deu-me uma estaleca muito forte. Era súper-exigente."
Mais tarde, preferiu continuar na Corunha a voltar aos dragões. "Tive a possibilidade de voltar ao FC Porto e não se deu porque eu estava de facto muito confortável na Corunha. Então decidi ficar", confessa.
A capacidade atlética era a sua principal arma: "Pensava que era uma pessoa imortal no sentido desportivo. Porquê? Não tinha lesões, conseguia ter mais força que os colegas, saltava mais alto, ser mais rápido... No meu primeiro teste físico no Estrela da Amadora dei uma volta de avanço aos meus colegas que já eram profissionais. O Deportivo atacava muito, dominávamos o jogo, e os meus colegas confiavam em mim e no outro central para ficarmos sozinhos."
"Só conheci o que era divertir quando fui para Espanha jogar, até ali tudo muito rigoroso. Nem senti falta porque estava na ignorância do que era a boa vida. Tive bom senso em termos de comportamento, na gestão escolar. Em Espanha, como falam mais alto, tinha de argumentar para às vezes não perder o lugar, no balneário", conta Jorge Andrade.
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