Joga-se esta quarta-feira o último dérbi da época, a segunda mão das "meias" da Taça, em Alvalade, que decide quem estará no Jamor. O JOGO foi à essência do golo e descobriu como é que leões e águias lá chegam.
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O golo nada mais é do que a materialização do objetivo do jogo: vencer. Como se chega lá? As fórmulas aparecem às dezenas, mas no que diz respeito ao Sporting de Keizer e ao Benfica de Lage, não poderíamos encontrar exemplos mais diferentes de como se alcança este objetivo.
Efeitos das estratégias espelham-se com os números: Benfica de Lage tem uma média de 2,69 golos por jogo; o leão de Keizer fica-se pelos 2,25
O JOGO analisou os números de leões e águias com os atuais treinadores e, com a ajuda de dois especialistas, concluiu que os encarnados são muito mais rápidos na execução dos seus momentos ofensivos do que o eterno rival, que hoje reencontram pela última vez na presente temporada. Pelas 20h45, estarão frente a frente uma equipa - o Sporting - que aposta no ataque continuado e outra - o Benfica - cujo contragolpe é arma destrutiva.
Comecemos, então, pelos registos dos eternos rivais: a média da posse, a favor do Sporting de Keizer (57,3% contra 52,1%), mostra que o leão tem mais bola que a águia. O que faz com ela também é elucidativo: dos 63 golos que somam sob o comando do holandês, 32 (mais de metade) foram conseguidos em ataque organizado. É verdade que o Benfica de Lage não é assim tão diferente usando esta postura, uma vez que marcou assim 25 dos seus 51 golos, mas também facto é que "dispara" no que ao contra-ataque diz respeito: cerca de um quinto (11 em 51) das vezes que fez abanar as redes recentemente foi através da procura da profundidade; os leões, em 63 golos, só o fizerem por seis vezes.
"O Benfica é uma equipa muito vertical", começa por justificar Ricardo Soares, treinador que já comandou Chaves e Aves na primeira divisão. "Para além do posicionamento do João Félix, ataca - bem - a profundidade através do Seferovic. Completa isto com o Rafa, que imprime velocidade e tem uma excelente condição de bola, e também com o Pizzi, fortíssimo no último passe", prosseguiu o treinador, que avança logo para o contraste com o Sporting: "É diferente. Bas Dost e Luiz Phellype, tendo jogadores de características diferentes, são homens de área e a equipa procura muito essa referência. Espera, depois, por eventuais segundas bolas e para esse momento tem Bruno Fernandes, que é fortíssimo. O Sporting faz do ataque posicional a sua força - é assim que se sente bem."
Ricardo está de fora, mas há quem já tivesse defrontado pelo menos uma destas equipas. Marcão, central ex-Chaves hoje no Galatasaray, da Turquia, partilha da opinião e fala mesmo numa enorme capacidade de ser imprevisível do lado encarnado. "O Benfica é muito rápido na frente, tem essa capacidade para ser imprevisível. Do outro lado, saiu Nani, o Bas Dost não tem jogado... O Sporting é uma equipa com limitações; é natural que isso se note. Hoje, o Benfica está melhor", garantiu.