"O Artur Jorge dava pau até dizer chega. Mas, foi o Moreno a partir-me a perna"
Manuel Cajuda diz que deixou amigos em Braga e Guimarães. Artur Jorge e Moreno Teixeira estão no coração
Corpo do artigo
As impressões digitais de Manuel Cajuda são inconfundíveis e marcaram as carreiras de Artur Jorge e Moreno Teixeira no Braga e Vitória de Guimarães, respetivamente. Os dois icónicos ex-capitães transformaram-se em treinadores e, segundo o antigo mestre deles, têm como praias favoritas os dérbis minhotos, depois de uma noite bem passada.
"Sempre lhes disse que nunca se deve perder o sono por causa de um jogo futebol. Essa sempre foi a minha filosofia de vida e, mais tarde, percebi que estava certo quando conheci este ditado chinês: "não sofras, nem antecipes os sofrimentos ou alegrias por uma coisa que ainda não aconteceu". Não vale a pena ter medo", refere. É claro que os dois treinadores apostam, sem receio, no melhor desfecho possível e Cajuda nem precisa de recorrer a uma bola de cristal para adivinhar os seus pensamentos. "Temperamentos à parte, ninguém sente o Braga e o Vitória como eles. São amores maiores", destaca.
Manuel Cajuda treinou Artur Jorge e Moreno Teixeira e garante que "ninguém sente" o Braga e o Vitória "como eles"
Declarando-se "orgulhoso" por ver os "dois ex-pupilos" a seguir as suas "pisadas" na "melhor liga portuguesa", Cajuda espera ser "superado" por ambos, embora a fasquia esteja bem elevada. "Quando cheguei a Braga, o Vitória estava na mó de cima e eu disse que queria fazer do Braga o melhor clube do Minho. E consegui: em duas épocas ficámos em quarto lugar, à frente do Vitória. Quando fui para o Vitória, repeti a gracinha e ficámos em terceiro lugar. Tenho grande respeito pelos dois clubes", assinala o ex-treinador de bracarenses e vitorianos.
"Fiz do Braga o melhor clube do Minho e repeti a gracinha ao serviço do Vitória de Guimarães. E consegui"
De volta ao presente, Manuel Cajuda dispensa a "vaidade excessiva" de dizer que identifica ideias suas no Braga de Artur Jorge e no Vitória de Moreno, admitindo somente que tenham "aperfeiçoado" alguns dos conhecimentos que lhes transmitiu. "Se fizeram isso, estão no caminho certo", sentencia, recordando, por fim, de forma divertida, o dia em que Moreno Teixeira ficou pálido de susto. "O Artur Jorge era conhecido pelo caceteiro: dava pau até dizer chega, para além das qualidades que tinha. No entanto, foi o Moreno, que não era caceteiro, que me partiu uma perna num treino ao fazer um carrinho. A relva estava molhada, ele deslizou e apanhou-me pelo caminho. Ainda hoje recordo com alegria a expressão do Moreno quando me viu pelo ar e depois com a perna partida. Ficou em pânico, coitado, mas está perdoado, claro", garante.
15135379
15135149