Pagamento diferido de salários a jogadores e treinadores.
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O Boavista acordou com futebolistas e treinadores o pagamento no prazo de seis meses dos salários de abril, maio e junho e o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), que seguiu as negociações, "congratula-se" com o entendimento.
O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, disse esta sexta-feira à Lusa que é importante nesta altura "clubes e jogadores partilharem sacrifícios" e observou que este "é o princípio que está a ser implementado pela maioria dos clubes", consistindo numa "redução salarial neste momento" e "devolução [do valor cortado] mais à frente".
"O Boavista é um bom exemplo de como uma entidade patronal e jogadores chegaram a um acordo de forma positiva", reforçou o dirigente sindical, destacando que "o mérito foi dos capitães de equipa". Segundo Joaquim Evangelista, "Ricardo Costa teve um papel fundamental" na solução encontrada com os dirigentes axadrezados.
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O acordo entre as partes ficou fechado na semana passada e prevê que os jogadores receberão salários de três meses no período de seis meses, estando em causa os ordenados relativos a abril, maio e junho, uma vez que o de março já foi pago.
Os jogadores acederam todos e assinaram um acordo com a administração do Boavista, sob a forma de uma adenda aos contratos, de modo a evitar que o clube entrasse em incumprimento salarial.
O Boavista diz que o SJPF foi "importantíssimo e ajudou a que esta acordo se concretizasse" e o sindicato referiu que tem procurado "apoiar os jogadores num sentido construtivo". "É importante que as direções e os jogadores se entendam", insistiu Joaquim Evangelista, salientando que o sindicato pretende "ser responsável e ter bom senso para garantir que há entendimentos".
Evangelista acrescentou que "não interessa criar problemas onde eles não existem" e considerou que os acordos obtidos significam "um sinal de maioridade do futebol", indo ao encontro do que advoga o SJPF: "As soluções partilhadas trazem mais vantagens", resumiu.
A I Liga portuguesa de futebol encontra-se suspensa desde a 24.ª jornada, o que fez cair de modo abrupto as receitas dos clubes. "É desejável que toda esta situação passe e que os patrocinadores e parceiros nos ajudem nesta caminhada dura, pois sem eles vai ser muito difícil recuperar", frisou o Boavista, ainda a braços com a necessidade de regularizar dívidas antigas ao Fisco, à Segurança Social e a outros credores.
Os axadrezados jogaram pela última vez em 7 de março, com o Tondela (1-1), e ocupam o 11.º posto da tabela classificativa, com 29 pontos, encontrando-se o seu plantel remetido a uma preparação física à distância, sob a orientação da equipa técnica respetiva.
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