O absolutismo de Conceição: trajeto cheio de troféus e valorização de jogadores
Completaram-se seis anos desde que assumiu o comando do FC Porto e os números são esmagadores.
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Cumpriram-se ontem, quinta-feira, seis anos desde que Sérgio Conceição assinou o primeiro contrato como treinador do FC Porto, chegando ao clube com um objetivo bem claro: impedir que o Benfica festejasse o pentacampeonato.
Não só o conseguiu, vencendo o campeonato na primeira época, como devolveu aos portistas a hegemonia do futebol nacional, perdida para o rival da Luz nos anos anteriores. Os números são esmagadores.
A face mais visível deste domínio azul e branco são, naturalmente, os dez títulos conquistados nos seis anos do reinado de Conceição. Mais do dobro do Benfica. E só o Sporting se aproxima, muito à custa das quatro Taças da Liga que venceu nesse período.
Focando apenas no campeonato, Conceição ganhou três, o Benfica dois e o Sporting um. Mas se somarmos os pontos ganhos nas seis temporadas, o FC Porto, que terminou sempre acima dos 80, tem mais 29 do que os encarnados, mais 55 do que os leões e mais 102 do que os minhotos. Por isso, é também no Dragão que mora a equipa que averbou mais triunfos: 161, contra 151 do rival da Luz. No que diz respeito a golos neste ciclo, o FC Porto tem o melhor saldo entre marcados e sofridos, embora o Benfica tenha, no total, marcado mais 20. Contudo, sofreu mais 23.
Finalmente, e não menos importante, sobretudo numa altura em que o exercício financeiro da época está prestes a fechar, o FC Porto de Sérgio Conceição recebeu mais prémios na sequência do apuramento e desempenho nas provas europeias do que os três adversários diretos, de acordo com os valores revelados nos relatórios anuais da UEFA. A diferença para o Benfica pode parecer mínima - 283,7 milhões de euros para os azuis e brancos e 273,5 para os encarnados - mas só porque os valores calculados de 17/18 não incluem os 12,7 milhões de euros que a SAD recebeu pela entrada direta na Champions, uma vez que isso foi fruto dos resultados da época anterior, ainda com Nuno Espírito Santo, enquanto no Benfica o valor calculado inclui essa verba.
Mais de 400 M€ em vendas
Conceição chegou ao FC Porto com o clube em dificuldades financeiras, com a UEFA à perna. A valorização de muitos dos ativos ao longo destes seis anos e os apuramentos europeus foram fundamentais para a contabilidade voltar a terreno verde. Feitas as contas, de acordo com o Transfermarkt, a venda de jogadores rendeu mais 400 milhões de euros, sem contar com as transferências no defeso de 17/18 uma vez que esses atletas não trabalharam com o atual treinador. Por outro lado, a SAD "apenas" investiu 211,6 M€ em reforços. Por comparação, o Benfica, no mesmo período, encaixou mais de 700 M€ e gastou quase metade desse valor.