Nuno Saraiva revela alegado desabafo e levanta suspeitas no Benfica B-Académica
A Académica derrotou o Benfica B por 4-0 e assumiu a liderança à condição da II Liga.
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Nuno Saraiva deu conta de um alegado desabafo do presidente da Académica após o jogo entre os estudantes e a formação de Alvalade - o desafio terminou com um empate a dois golos -, em que o líder da Briosa terá afirmado que o clube de Coimbra iria "ganhar fácil" na deslocação ao Seixal para defrontar o Benfica.
"As suspeitas e evidências do polvo do Benfica é algo que extravasa muito as paredes do Estádio da Luz. Tivemos nos últimos tempos um episódio que me causou preocupação e sobre o qual fiquei à espera do dia de hoje para perceber o que queria dizer. Quando a Académica foi jogar a Alcochete, há duas semanas, com o Sporting B (2-2), houve um sururu no final com um dirigente da Académica que será facilmente identificado nas imagens", atirou o diretor de comunicação dos leões, no programa "Verde no Branco" da Sporting TV.
"Não estava lá, mas foi-me relatado que, depois, o próprio presidente da Académica dirigiu-se ao treinador do Sporting B, Luís Martins, e disse-lhe: 'Isto é uma vergonha, tanto anti-jogo. Se vão acabar com a equipa B nem se percebe o facto de não facilitarem. Depois vão querer os nossos votos para a AG da Liga. Daqui a 15 dias vamos ao Seixal e vamos ganhar fácil. Depois queixem-se'. Houve um outro dirigente que disse o mesmo ao Virgílio Lopes. O delegado da Liga, o sr. Sérgio Ferreira, assistiu à parte inicial da conversa e depois afastou-se. A verdade é que hoje a Académica foi ao Seixal ganhar por 4-0", acrescentou.
Além do jogo entre Benfica B e Académica, Nuno Saraiva questionou ainda a ligação familiar de João Vasco Ribeiro, presidente da Assembleia Geral da Académica, com o vice-presidente do Benfica Nuno Gaioso. "Em novembro de 2017, o sr. João Vasco Ribeiro disse no 2º congresso da Académica: 'Vamos voltar à 1ª Liga'. Importa saber quem é este senhor. É pai de Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do Benfica e de Luís Filipe Vieira, que esta semana foi à televisão fazer as despesas da defesa da direção do Benfica e da administração da SAD a propósito de Paulo Gonçalves. É também ele o responsável pelo fundo que reestruturou a divida de Luís Filipe Vieira, de cerca de 600 milhões, do seu universo empresarial", referiu.
"Não podemos dissociar aquilo que em novembro poderia ser a formulação de um desejo legítimo com aquilo que depois se passou há 15 dias no túnel do estádio Aurélio Pereira e com o que hoje se passou no Seixal. No mínimo, isto não pode deixar de ser investigado. Depois pode-se até considerar que não aconteceu nada, mas a verdade é que o que foi dito há 15 dias é grave. E o que aconteceu hoje foi o que foi projetado há 15 dias. Resta saber se esta frase era apenas retórica ou se já era uma convicção assente que os dirigentes sabiam que ia haver uma ajudinha do Benfica a troco de uns votos na AG da Liga", concluiu.